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Luiza Ribeiro questiona aumento de R$ 13 milhões nos custos do transporte coletivo na Capital

Chefe de operações do Consórcio Guaicurus não explicou motivo de reajuste acima da inflação durante CPI

João Paulo Ferreira
Por: João Paulo Ferreira
11/06/2025 às 13h12 Atualizada em 11/06/2025 às 13h16
Luiza Ribeiro questiona aumento de R$ 13 milhões nos custos do transporte coletivo na Capital

A vereadora Luiza Ribeiro levantou dúvidas sobre os dados financeiros apresentados pelo Consórcio Guaicurus durante a oitiva realizada na última segunda-feira (10) na Câmara Municipal de Campo Grande. O depoente foi Paulo Vitor Brito de Oliveira, chefe de operações do consórcio responsável pelo transporte coletivo urbano da capital.

Durante a sessão da CPI do Transporte Coletivo, Luiza questionou a elevação de aproximadamente 11% nos custos operacionais do serviço entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024. O valor saltou de R$ 129,1 milhões para R$ 142,3 milhões, sem ampliação de frota, novas linhas ou aumento de viagens. A estrutura do sistema, segundo o próprio depoente, permaneceu a mesma.

“A Agereg afirmou que solicitou os documentos fiscais para analisar os custos da atividade, mas não foram examinados por falta de pessoal técnico”, destacou a vereadora em conversa com O Sul-mato-grossense. “Nada ainda foi justificado para a elevação dos custos do ano de dez/23 para dez/24. Há muitas outras informações financeiras não justificadas.”

Luiza também afirmou que a CPI vai seguir com novas oitivas. “Vamos ouvir outros representantes do consórcio para saber se eles podem esclarecer. Caso não seja suficiente, vamos decidir os próximos passos da investigação.”

O chefe de operações não conseguiu explicar tecnicamente por que os custos aumentaram, mesmo com a frota operando com os mesmos 405 veículos em dias úteis — número que cai para 240 nos fins de semana. Ele também não indicou qualquer fator excepcional que justificasse o reajuste, como reajuste salarial, renovação da frota ou extensão da malha.

A vereadora destacou que o cenário já identificado pela CPI aponta frota envelhecida e serviço de baixa qualidade. “Superlotação, veículos em péssimo estado de conservação, atrasos e omissões de viagens frequentes na semana e finais de semana”, afirmou.

Segundo a CPI, 197 ônibus operam com idade acima do limite previsto em contrato, o que tende a elevar os custos de manutenção e operação. Apesar disso, o demonstrativo financeiro da concessionária ainda não esclarece o impacto exato desse fator nos R$ 13 milhões de acréscimo.

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