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Dirigentes do Consórcio Guaicurus admitem descumprimento de contrato e culpam prefeitura por colapso no transporte

Ex-presidente e diretor jurídico alegam que sistema opera com prejuízo e sem condições de renovar a frota

João Paulo Ferreira
Por: João Paulo Ferreira
17/06/2025 às 09h56
Dirigentes do Consórcio Guaicurus admitem descumprimento de contrato e culpam prefeitura por colapso no transporte

A CPI do Transporte Público ouviu na última segunda-feira (16) dois representantes do Consórcio Guaicurus que reconheceram o descumprimento de cláusulas do contrato de concessão e responsabilizaram a Prefeitura de Campo Grande pelo colapso do sistema. O ex-presidente João Resende e o atual diretor jurídico-administrativo, Leonardo Dias Marcello, apontaram a falta de reequilíbrio financeiro como causa da paralisação de investimentos.

João Resende, que presidiu o consórcio desde 2012 até janeiro de 2025, afirmou que a empresa não tem cumprido obrigações como a renovação da frota, que deveria manter uma idade média de cinco anos. Ele alegou que a prefeitura deixou de atualizar os valores do contrato, o que teria gerado um prejuízo acumulado à operação. “A Prefeitura está protelando o reequilíbrio e colocou o Consórcio em uma situação caótica. Hoje, o sistema opera com prejuízo claro e evidente”, disse.

Resende também afirmou que a exigência da Agereg para substituição de 98 ônibus antigos é inviável. “Não temos dinheiro para assumir prestação de novos ônibus e não vamos comprá-los enquanto não houver condições financeiras. Estamos em uma situação vexatória”, declarou. Questionado sobre por que o contrato ainda não foi rompido, ele disse acreditar que o Executivo ainda pode cumprir sua parte.

Leonardo Dias Marcello, diretor jurídico do Consórcio há pouco mais de um ano, reforçou o argumento de que a falta de atualização contratual travou os investimentos. “O que a gente mais quer é uma tarifa que remunere o Consórcio conforme previsto na licitação. Não podemos investir em um sistema que não remunera adequadamente”, afirmou.

Durante a reunião, foi apresentado um balanço parcial da CPI que registra 616 denúncias recebidas, evidenciando o engajamento da população e a insatisfação com o serviço. A fase atual da CPI se encerra nesta quarta-feira (18), com oitiva do atual diretor-presidente do Consórcio, Themis de Oliveira, e do sócio-proprietário Paulo Constantino, a partir das 13h.

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