O ex-vereador Edivaldo dos Santos mais conhecido como Vadinho, agora candidato à presidência do diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em Sidrolândia, carrega um histórico que contraria frontalmente os princípios centrais da legenda. Vadinho já foi preso por porte ilegal de armas, episódio que levanta questionamentos dentro e fora da sigla, especialmente por sua aproximação com discursos normalmente associados à extrema direita, defensora da flexibilização do acesso a armamentos.
O episódio em questão envolveu o porte de duas armas de fogo em situação irregular. A prisão ocorreu em contexto anterior à sua atual tentativa de assumir a liderança do partido no município. O fato ganha relevância por se opor à linha ideológica do PT, que historicamente defende políticas de controle de armas e a cultura da não violência.
Desde o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT tem se posicionado de forma clara contra a disseminação de armamentos entre civis. Em 2003, a gestão petista foi responsável pela criação do Estatuto do Desarmamento, marco que lançou uma das mais amplas campanhas de entrega voluntária de armas no Brasil. Estima-se que, ao longo dos anos, mais de 400 mil unidades tenham sido recolhidas.
O programa de desarmamento foi internacionalmente reconhecido e chegou a ser premiado pela UNESCO, que classificou a iniciativa como uma referência mundial na promoção da paz e dos direitos humanos. A campanha também foi celebrada por organizações civis e defensores de políticas públicas de segurança não-violentas.
A presença de Vadinho como candidato interno, ainda que legítima sob o ponto de vista estatutário do partido, provoca desconforto entre militantes da da sigla. Além da divergência ideológica, pesa contra ele o fato de ter respondido criminalmente por porte ilegal de arma de fogo, conduta enquadrada como crime no Código Penal Brasileiro.