Hoje, em Mato Grosso do Sul, celebramos o Dia do Chamamé, uma data que honra e celebra uma das mais ricas e vibrantes expressões culturais de nossa região. O chamamé é mais do que um gênero musical; é uma parte essencial da identidade sul-mato-grossense, uma tradição que atravessa gerações e conecta nosso passado com o presente.
O Museu do Chamamé, fundado em 2009 por um grupo de entusiastas em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, não apenas preserva a rica tradição do chamamé, mas também fortalece essa cultura por meio de eventos como o 1º Festival de Chamamé de Campo Grande. Além disso, o chamamé foi considerado bem imaterial de Mato Grosso do Sul em 2021.
O estilo musical do chamamé é profundamente enraizado na região de fronteira, sendo uma parte significativa da identidade sul-mato-grossense. Originário de uma fusão entre as influências dos índios Guaranis e a teoria musical trazida pelos padres jesuítas, o chamamé é uma parte fundamental da história musical local.
O Centro Cultural do Chamamé, que abriga até 86 pessoas e é conhecido por seus saraus mensais no dia 19, tem a forma de uma oca, honrando suas origens indígenas. O chamamé é mais do que apenas música, é uma celebração improvisada, um convite para compartilhar e se divertir.
Com raízes musicais que remontam a 1930, o chamamé teve suas influências iniciais durante a Guerra do Paraguai, no final do século 19. No Brasil, os estados de Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul são os principais apreciadores desse estilo musical. Músicos como Zé Corrêa e Zezinho do Bandoneon são figuras importantes na cena do chamamé no estado.
As reuniões de chamamé não se limitam à música; também envolvem trajes, danças, instrumentos e pratos específicos. O bandoneon é o instrumento icônico desse estilo, e a dança é uma experiência compartilhada, frequentemente realizada em pares. Os trajes tradicionais lembram as roupas de trabalho no campo.
Para aqueles que desejam experimentar essa animação de perto, o 1º Festival de Chamamé de Campo Grande ocorre sempre em novembro, no Armazém Cultural, com músicos destacados de diversos lugares.
O chamamé foi decretado como bem de natureza imaterial de Mato Grosso do Sul em 2021. Conforme o decreto, o chamamé será registrado no Livro de Registro dos Saberes, no qual são inscritos conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades. O estilo musical tem um papel importante na cultura de Mato Grosso do Sul e faz parte da construção da identidade do Estado, segundo a Fundação de Cultura (FCMS).