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“Conceito Moral”: Dupla coloca o dedo na ferida e dá voz ao povo da periferia cantando Rap pelo Brasil

Anderson Delmondes e Renato Pereira fazem sucesso transformando cotidiano periférico em Rap

Por Viviane Freitas | 18 novembro, 2022 - 14:55

Foto: Redes Sociais/ Arquivo Pessoal

Representatividade e rap sempre estiveram lado a lado na cultura hip hop nas quebradas. E é colocando o dedo na ferida relembrando as dificuldades enfrentadas no passado e dando voz a favela, que o grupo de Rap Conceito Moral tem se destacado por onde passa.  Abordando temas do cotidiano periférico e contando como viviam em seus bairros nas favelas de Campo Grande, eles estão ganhado o seu espaço. Ao OSM eles contam sobre a trajetória de cada um, a iniciativa do grupo e a chegada até o maior evento de Rap Nacional do Brasil. 

“Minha infância foi meio dificultosa, sem pai pra ajudar, era só eu e minha mãe. Eu já ficava sozinho desde os seis anos de idade e minha mãe saia pra trabalhar”, conta Anderson Delmondes, 29. 

Anderson explica que não tinha pretensão de cantar mas que sempre gostou de ouvir Rap com o tio. “Em 2008 fui no meu primeiro show de Rap, lembro que era Facção Central e Realidade Cruel que se apresentavam e eu e meu amigo irmão Kayo, falamos que iríamos fazer Rap também. E foi assim que desde os 15 anos eu já escrevia letras e guardava”, comenta. Infelizmente, após três anos, seu amigo foi assassinado e Anderson fez uma promessa: “Jurei que seguiria por nós”, conta. 

Foto: Redes Sociais/ Arquivo Pessoal

Em 2013 o grupo Conceito Moral, surgiu com a ideia de apresentar ao público um Rap agressivo mas que levasse mensagens sociais e políticas muito fortes. “Assim que montei o grupo, fiz algumas apresentações até me encontrar com Naldinho [Renato Pereira].  A história foi assim: Conhecia o Danilo cunhado do Naldinho [Renato] que eram meio ‘tretados’ e então o cunhado dele me pediu uma ajuda uma vez para cantar com o Naldinho [Renato], foi assim que nos conhecemos”, conta Anderson. E frisa: “O destino sempre fala mais alto”.

Naldinho é Renato Pereira Brandão,  37. Ele conta ao OSM que em 1997 o seu primeiro contato com o Rap foi ouvindo o Dj Jamaika e Consciência X Atual. “Em 1998 conheci o som dos Racionais MC’s e pirei, já em 2000 conheci as músicas do Facção Central chamada ‘A marcha fúnebre prossegue’, foi quando comecei a curtir ainda mais o Rap. Porém, isso começou mesmo pois eu queria ser Dj, não sabia que era bom de cantar e nem de escrever”, explica.

Renato explica que passou por algumas dificuldades na adolescência e aos 21 anos foi preso e permaneceu até os 27. Mas nem os anos dentro da cadeia não apagaram o sonho MC.  “Quando saí e conheci o Anderson, mostrei uma letra que escrevi dentro da cadeia e entrei para o grupo Conceito Moral. Abandonei o crime e hoje sustento minha casa e minha família com o suor do meu trabalho. Trabalho na CEASA (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) e estou longe do crime, por que acredito que o trabalho digno e o Rap, valem mais do que tudo que já vivi”, explica.

Após dificuldades e algumas portas na cara, a dupla tem encontrado seu espaço em eventos particulares em Campo Grande e eventos maiores em São Paulo. “As portas que encontramos fechadas aqui, nos foram abertas fora. Mas o que queremos mesmo é destacar o Rap daqui, regional. Mas sempre pensando lá na frente, tem que ter sempre uma ambição, ir mais alto”, comentam.

E por falar em grandes eventos, o grupo Conceito Moral já participou do maior evento de Rap do Brasil, que aconteceu no estado de São Paulo, em setembro deste ano.  “Escrevemos o que já vivemos em nosso cotidiano. Sem estimular o crime, violência e nem uso de drogas.  Participar desse evento só com monstros do Rap Nacional, foi uma super experiência para a gente”, explicam. 

Para eles, a parceria funcionou pela dedicação e perseverança de todos os envolvidos. “Deu certo porque a gente quer fazer dar certo e levar a música como nosso ganha pão. E a gente também curte praticamente as mesmas coisas. Toda nossa equipe. Todo mundo na mesma fita com comprometimento”, contam.

Com referências  no como Facção Central, Realidade Cruel, A286 e eles dizem que gostam das músicas pesadas mas sem apologia.  pesadas mas sem apologia. “Tentamos fazer que nossas músicas de alguma forma criem consciência nas pessoas.  Resgatando quem já passou pelas mesmas dificuldades que a gente, estamos correndo atrás de um sonho”, finalizam. 

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