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Da terra do sertanejo, Dudy Key cresceu ouvindo ‘modão’ e agora se tornou a 1ª agro drag do país

Durante sua infância, Dudy estudou música e teatro, já adolescente, decidiu que seria cantor a qualquer custo e participou de vários testes para programas de calouros como Ídolos, Popstar, Fama e Raul Gil

Por Viviane Freitas | 17 maio, 2024 - 12:53

Foto: Arquivo Pessoal

Na terra de grandes nomes da música sertaneja, nasceu uma estrela multifacetada destinada a brilhar nos palcos da vida. Eduardo “Dudy” Elias Santos cresceu no interior do Estado ouvindo ‘modão’ em frente ao rio Aquidauana com a família e depois de 15 anos fazendo sucesso como drag queen ‘Mocréia’ decidiu seguir o sonho de criança e se jogar no universo sertanejo e virou a 1º agro drag do Brasil.

Dudy foi embalado pelos acordes da música sertaneja desde criança, influenciado pelos sons que permeavam o lar de seus pais. Clássicos de Roberta Miranda, Délio e Delinha, e Chitãozinho e Xororó serviram como trilha sonora para seus primeiros passos na jornada musical que o aguardava. Enquanto crescia, ele mergulhava nos estudos de música e teatro, nutrindo um sonho ardente de se tornar cantor, uma estrela que iluminaria os palcos do país.

Durante a adolescência, Dudy perseguiu esse sonho incansavelmente, participando de testes para programas de calouros renomados como Ídolos, Popstar, Fama e Raul Gil, em busca de uma chance de fazer sua voz ser ouvida. Foi, no entanto, em um encontro em uma casa noturna de Campo Grande, que o destino começou a tecer uma nova narrativa. Lá, conheceu Nany People, uma figura icônica da comunidade drag brasileira, e assim nasceu a lendária Drag Queen Andréia Mocréia.

Foto: Arquivo Pessoal

A partir desse momento, Dudy abraçou sua nova persona com fervor, mesclando habilmente sua paixão pela música sertaneja com o brilho e o humor da arte drag. Andréia Mocréia encantou plateias em todo o estado, apresentando espetáculos humorísticos que incorporavam paródias de grandes sucessos musicais, criando um vínculo único entre a cultura drag e a herança musical do Brasil.

Com mais de 15 anos de carreira como Drag Queen e apresentador de televisão, Dudy vislumbra agora um novo horizonte, onde sua identidade artística pode florescer ainda mais. Surge então Dudy Key, a primeira Agrodrag do Brasil, uma fusão corajosa entre suas duas maiores paixões. “A Arte Drag entrou na minha vida por acaso”, confessa ele. “Eu sonhava em ser cantor sertanejo ou gospel desde criança, mas sempre fui uma criança muito feminina”, disse.

Mesmo após quase duas décadas dedicadas à arte drag, ele decidiu abraçar corajosamente seu sonho de infância: tornar-se um cantor sertanejo. Inspirado por outras grandes artistas drags que trilharam esse caminho, Dudy fundiu suas duas paixões para dar origem a Dudy Key, desafiando normas de gênero e estereótipos musicais em um mercado muitas vezes machista e preconceituoso.

Foto: Arquivo Pessoal

Essa transição, contudo, não foi sem desafios. Dudy mergulhou de cabeça no estudo do “Feminejo”, compreendendo e respeitando as batalhas enfrentadas pelas mulheres no mundo sertanejo. “Até hoje, as mulheres ainda buscam esse espaço”, ele observa. “Elas ainda estão desbravando esse mercado e conseguindo o respeito no meio.” Dudy reconhece as barreiras únicas que enfrenta como uma drag no universo sertanejo.

Mas sua mensagem é clara: a arte drag tem profundas raízes familiares e comunitárias. “Drag tem pai, tem mãe, tem família, tem amigos, tem igreja”, afirma ele com convicção. “Não venho para afrontar, venho para somar e mostrar que arte drag não é só aparência.” Dudy busca não apenas respeitar, mas também se integrar harmoniosamente ao sagrado universo do sertanejo, desafiando noções preconcebidas e provando que sua presença é, em si, um ato de resistência.

Hoje, quando Dudy Key se apresenta em um festival sertanejo, sua mera presença é um ato de resistência. “Muitas vezes, não preciso nem falar, só a minha presença basta”, reflete ele. Uma presença que ecoa além dos palcos, transmitindo uma mensagem poderosa de inclusão, diversidade e coragem para um Brasil que está pronto para acolher todas as formas de expressão e amor.

Confira a entrevista completa:

OSM: Onde nasceu, como foi a infância, como você descobriu a arte drag e as dificuldades que passou até aqui?
Dudy: A Arte Drag entrou na minha vida por acaso. Eu sonhava em ser cantor sertanejo ou Gospel desde criança, mas sempre fui uma criança muito feminina. Então ser cantor desses estilos seria impossível, mas eu já era um artista nato.
Quando tive que decidir uma profissão optei pelas Artes Cênicas, e após me formar acabei caindo na arte Drag de paraquedas pq eu precisava trabalhar e no MS não temos nucleo artístico, com o tempo a Andréia Mocréia (meu primeiro personagem) foi meu ganha pão por muitos anos. E foi assim que conheci esse universo colorido e divertido.

OSM: Como você decidiu combinar sua paixão pela agricultura com a arte da drag?
Dudy: Depois de 20 anos fazendo a Arte Drag decidi realizar meu sonho de infância, que é cantar sertanejo Brasil afora. Vendo o mercado atual com grandes nomes Drags cantoras me fortaleci, me inspirei e me encorajei a dar a cara a tapa nesse universo musical tão machista e preconceituoso. Juntei minhas duas paixões e assim nasceu Dudy Key.

OSM: Quais são os maiores desafios que você enfrenta como uma figura pioneira na comunidade agro drag no Brasil?
Dudy: Para entrar nesse mercado eu estudei o Feminejo. Procurei entender e aprender os desafios que as mulheres tiveram para entrar no sertanejo. Até hoje as mulheres  ainda buscam esse espaço . Por exemplo, olha uma divulgação de show de grandes shows sertanejos, tem vários cantores várias duplas masculinas e uma mulher, duas no máximo. Elas ainda estão desbravando esse mercado e conseguindo o respeito no meio, aí pega toda essa dificuldade que elas ainda tem e multiplica por 500; são as dificuldades e desafios que eu tenho enfrentado.

OSM: Qual mensagem você espera transmitir para aqueles que podem não entender a conexão entre a agricultura e a arte drag?
Dudy: ⁠A principal mensagem é que Drag tem pai, tem mãe , tem família , tem amigos , tem igreja . Que não venho para afrontar, venho para somar e mostrar que arte Drag não é bunda. O Agro é sagrado, quero mostrar que sim nós drags também respeitamos e podemos nos adequar ao Agro.

OSM: Como você vê o papel da agro drag na quebra de estereótipos e na promoção da diversidade dentro da indústria do entretenimento no Brasil? 
Dudy: ⁠A principal mensagem é que Drag tem pai, tem mãe , tem família , tem amigos , tem igreja . Que não venho para afrontar, venho para somar e mostrar que arte Drag não é bunda. O Agro é sagrado, quero mostrar que sim nós drags também respeitamos e podemos nos adequar ao Agro.

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