Por Viviane Freitas | 20 maio, 2022 - 15:26
De vendedor de salgado a produtor renomado, Maurício Mello tem centenas de músicas gravadas por grandes nomes da música sertaneja e é responsável por revelar e consolidar o talento de muitos cantores da música brasileira. Há 12 anos, ele fundou a Editora e Gravadora MM Music que administra mais de 5 mil obras musicais. Em entrevista com o OSM, ele conta sobre a sua trajetória para o sucesso. Confira:
Nascido em Campo Grande em 1975, ele cresceu na Vila Sobrinho e teve uma infância simples e normal para as crianças da cidade, até a separação dos pais. “Minha infância foi boa, naquela época brincávamos na rua e tudo era mais tranquilo e inocente.Mas a separação dos meus pais quando eu tinha meus 5 ou 6 anos foi bem difícil e tive que começar a trabalhar com 13 anos vendendo salgado na rua. Aos 14 já era registrado como office boy em uma farmácia, acabei não tendo tempo de ser adolescente”, relembra Maurício.
Maurício conta ao OSM que a música estava presente na família e foi uma herança deixada pela sua mãe. “Ela sempre cantou em casa e tem uma voz linda, com certeza eu herdei dela o amor pela música”, conta.
Com 10 anos ele ganhou seu primeiro violão e autodidata, aprendeu sozinho a como manusear o instrumento, que o ajudou a iniciar sua carreira musical. “Aprendi sozinho a tocar violão e isso me ajudou muito, pois em 1991 comecei a cantar nas noites de Campo Grande. Nessa mesma época eu comecei a compor, mas somente eu gravava minhas músicas”, explica.
Ele ainda frisa que começou a compor porque tinha dificuldade de decorar letras, inclusive as suas próprias. “Como eu não decorava, inventava um pedaço a cada vez que ia cantar. E foi assim que eu comecei a compor. Cheguei a gravar quatro CDs, um DVD, tive dupla sertaneja e cantei solo. Em 2008, parei a carreira de intérprete e me dediquei a ser compositor”, conta.
Sua primeira música gravada foi “Minha Vida”, de 1991. Ela foi gravada por um artista regional, do Mato Grosso do Sul, mas não teve muita expressão. “O artista era pequeno. O interessante é que o título se chama “Minha Vida”. Acho que já era um presságio do que iria acontecer”, comenta o empreendedor.
A carreira de cantor teve que ser interrompida, após um problema de saúde. “Tive que parar de cantar e comecei a mostrar minhas músicas para outros cantores para poder me sustentar. Foi assim que, como compositor, minhas músicas foram gravadas por inúmeros cantores como : Jorge e Mateus, Henrique e Diego, Gusttavo Lima, Cristiano Araújo e muitos outros”, comenta com o OSM.
Mas o empreendedorismo corria na veia do menino que vendia salgado na rua, e em 2010 ele fundou a Editora e Gravadora MM Music, a maior gravadora independente do Brasil e precursora no mercado digital de música no país. “A editora MM foi iniciada porque eu senti a necessidade de trazer mais compositores para fortalecer um segmento. Abrir uma editora porque não fui atendido por uma outra. Aí pensei em começar um trabalho que seria uma filosofia de vida. Eu queria que os compositores tivessem a informação. Quem tem informação, tem poder de escolha. Depois disso, nosso trabalho é mostrar para o público quem é o autor. As pessoas acham que quem está cantando é quem fez a música. Todos nós somos artistas, uns artistas intérpretes, outros artistas compositores”, explica.
Maurício frisa: “Fundei o Grupo MM Music acreditando sempre no sucesso da empresa porque sabia exatamente que o serviço que iríamos prestar era o que estava faltando para muitos artistas. Mas como toda empresa, tivemos altos e baixos”, comenta.
Sobre as composições gravadas por vários artistas, ele conta que não há uma favorita. “Seria injusto se eu falasse apenas de uma. Uma música que a dupla Maria Cecília e Rodolfo gravou, chamada ‘Vou Jogar a Chave Fora’, me deu uma projeção regional. Depois, Jorge & Mateus gravaram ‘Enquanto Houver Razões’. Ela me deu uma projeção nacional, porém, não foi o maior estouro. Depois, veio ‘Suíte 14’. Acho que foi a música que mais me deu visibilidade. Hoje, é o meu maior sucesso”, explica.
Para Maurício, muitos esquecem o nome de um compositor, porque não querem valorizar, ou têm medo de serem diminuídos na opinião pública por não terem feito a música. “Na cabeça de alguns, falar quem é o compositor vai diminuir seu sucesso. Pelo contrário, dividir é multiplicar. Ele está simplesmente dividindo o sucesso que é de direito deles. Então acho que nós não somos valorizados não, não somos reconhecidos da maneira que deveria”, comentou.
Com o passar do tempo, a MM cresceu e virou um grupo. Hoje, ela administra mais 7 empresas, incluindo a Suíte 14, que cuida de fonogramas. A MM Music é uma editora, gravadora, distribuidora digital e administradora de outras empresa”, explica.
Desde a sua fundação, a gravadora MM Music, já lançou mais de 300 artistas e mais de 2 mil músicas, inclusive fora do Brasil, com a empresa caçulinha “MM Records” sediada na Flórida – USA. “Na direção da gravadora MM Music lançamos os hits como : 50 Reais (Naiara Azevedo), Dona Maria (Thiago Brava), Singular ( Loubet ), Rodando Bocas ( Vitor e Cadu) e o álbum de 30 Anos do SPC”, conta Maurício.
Hoje ele atua como CEO do Grupo MM Music e é empresário da dupla Vitor e Cadu, diretor artístico de Henrique e Diego e consultor artístico de vários artistas. Sobre os projetos futuros, ele diz: “Em junho lançaremos o novo DVD do Vitor e Cadu. Finalizei, como diretor geral, o projeto novo do Henrique e Diego que será lançado uma parte em Maio e outra em Junho. Em Setembro vamos voltar com as atividades da MM Records nos EUA. E estamos assinando com vários artistas novos para o segundo semestre. Enfim, muitas novidades”, conclui.
Perguntamos o que ele poderia deixar de incentivo para aqueles que estão iniciando agora sua carreira e ele disse: “Se você acorda todo dia com vontade de fazer música,nunca desista.Estude, aperfeiçoe, busque conhecimento e melhoria e acredite.O mercado é muito concorrido mas o talento uma hora aparece e tudo que você sonhou acontece”, finalizou.
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