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No Uber, Priscila Luz supera depressão e bomba mostrando rotina nas redes sociais

Com mais de 15 mil seguidores ela é conhecida na rede social como “uma motorista” e com humor inspira outras mulheres a mudança de vida

Por Viviane Freitas | 8 outubro, 2021 - 13:45


Ser feliz é uma escolha de vida. Ninguém nasce feliz e eu escolhi ser feliz. Eu amo brincar, amo sorrir e eu amo conversar. Eu sou uma pessoa motivada 24 horas por dia”. Quem diz e aplica isso na rotina é Priscila Luz, de 28 anos, que em 2019 enfrentou a falência de sua empresa, o rompimento de um casamento e dois filhos para criar e hoje, é conhecida na internet como “uma motorista” com mais de 15 mil seguidores no Instagram e inspira outras mulheres a mudanças de vida.

Priscila começou a trabalhar aos 15 anos de idade em uma sorveteria e desde então nunca parou.  “Em 2016 eu estava trabalhando em uma empresa no ramo do consórcio quando descobri minha primeira gravidez. Foi neste momento que decidi não voltar da licença maternidade e abrir a minha própria empresa de consórcio”, conta ao OSM.

Inicialmente o negócio deu certo, aliás, por alguns anos deu muito certo, mas acabou de se tornando um peso durante o retorno de uma depressão iniciada ainda na adolescência, principalmente em um dos momentos mais críticos da sua vida. “Eu não pedi ajuda psicológica e quebrei, mas quebrei feio! Nunca contei a ninguém, mas sai da empresa devendo muito”, revela.

“Foi um momento muito triste da minha vida, pois minha mãe tinha recém mudado para a cidade e eu a filha prodígio, empresária, nova, em ascensão financeiramente, tinha acabado de a decepcionar com a falência de um negócio. Era esse pensamento que passava na minha cabeça: decepção”, conta.

“Eu estava no fim da linha. Estava profundamente deprimida, e não conseguia me ver continuando se eu não pudesse nunca superar isso. Não era uma vida que valia a pena ser vivida”, relata emocionada.  Ela conta que chegou a tentar tirar a sua vida e deixou uma carta de despedida para os filhos, e para mãe pedindo desculpa pela falha.

“Quando percebi que não deu certo, me deparei com três opções: tentar me matar de novo, fugir para não pagar as contas que ficaram para trás, ou tentar mudar de vida e trabalhar e eu decidi enfrentar aquela situação.Hoje, é uma ferida curada, mas por um bom tempo não tinha coragem de falar sobre o assunto. Posso dizer com certeza que superei”,comenta.

E com tudo isso na cabeça e no coração, Priscila acabou precisando arrumar uma maneira de repor os gastos e alimentar os seus filhos. “Quando eu não me sentia bem, o meu refúgio era entrar no carro e pegar a estrada. Uma amiga sabia que era isso que eu fazia e me perguntou por que eu não unia isso com uma nova profissão? E foi isso que eu fiz. Uni o útil ao agradável”, disse.

Mas no começo, ela conta que tinha vergonha da escolha. “As pessoas me perguntavam ‘você fechou sua empresa, o que aconteceu’? E eu sempre respondia, ‘sim, estou investindo em outras coisas agora’, mas nunca falava a verdade, por vergonha. Isso começou a me fazer mal. A sociedade faz com que você pense que quando uma pessoa decide trabalhar no Uber é porque ela não se deu bem em nada, ou que é um fracassado. Mas, isso não é verdade, eu encontrei a felicidade no que eu faço e trabalho feliz, todos os dias”, conta.

Foi então que de forma humorada, ela iniciou a gravar a sua rotina e compartilhar com os seguidores os seus perrengues como Uber. “O primeiro perrengue compartilhado foi sobre o dia a dia do Uber e muitas pessoas se identificaram, comentou. O último vídeo com mais de 10mil visualizações, a motorista responde se já ‘ficou’ com passageiro. 

Com 15,5 mil seguidores no Instagram e mais de 100 mil visualizações em seus vídeos, ela levou um tempo para  perceber que o negócio estava ficando sério e que as pessoas se interessavam pelo conteúdo que estava gerando. “Caiu a ficha quando eu sumia por alguns e dias e recebia muitas mensagens via direct de pessoas perguntavam se eu estava bem como se fosse da família. Foi então que entendi a importância do que eu estava fazendo”, conta.

Priscila acredita que o segredo do sucesso é a naturalidade de cada situação, principalmente diante das adversidades. “Eu acho que as pessoas que se identificam comigo porque eu não tento passar uma felicidade ilusória, conto os meus problemas, as minhas histórias e as minhas derrotas, por isso se identificam. E por eu não ter medo e nem vergonha de expor a realidade, o retorno acontece”, explica.

Se eu me respeito, as pessoas também passam a me ver com outros olhos”, frisa

A mulher vem de uma história de muita opressão, mas tem que impor o limite, tem que exigir respeito, principalmente em profissões dominadas por homens. “Hoje as pessoas estão mais familiarizadas com uma mulher dirigindo um Uber, tanto que na madrugada há mais mulheres do que homens nas corridas e nós nos ajudamo. Mas quando comecei, foi preciso muito posicionamento. Muitos passageiros se assustaram quando entravam no carro e viam que era uma mulher no volante, ficaram muito curiosos”, comentou.

Ela destaca em sua rede social que a profissão é desgastante e já chegou a ficar mais de 10h dentro do carro mas que a felicidade em algo que gosta é gratificante. Assim como na busca pela realização pessoal, a família não pode ficar em segundo plano. “Minha família é meu alicerce”, diz.

A motorista fala que o simples fato de ser mulher não torna as coisas mais ou menos complicadas, mas é preciso reconhecer a beleza das conquistas das mulheres ao longo dos anos.  “Eu tenho orgulho de dizer que sou mulher e sou mãe de dois filhos, do pequeno Caio de 7 anos e do Théo de 5 anos”.

Sobre as dificuldades encontradas em uma das profissões mais afetada pela alta da gasolina, ela diz: “Estamos ganhando bem menos nessa fase, mas acredito que irá passar logo. Muita gente saiu do aplicativo mesmo com o aumento das taxas do aplicativo, que não foram suficientes. Mas vamos passar, já passamos por momentos piores”, comenta encorajada.

O recado da influencer vai para quem está passando por depressão : “procure ajuda, converse, não guarde para si. A minha doença agravou muito porque não procurei ajuda, peça ajuda. Às vezes chegamos em um ponto tão difícil, que achamos que os problemas não têm solução, mas sempre há um dia após o outro”, finaliza.

Ajuda

Peça ajuda! A qualquer sinal, a ajuda pode vir por vários caminhos. Um deles é o SUS. Em todo o Mato Grosso do Sul, serviços pelo Sistema Único de Saúde, como as unidades básicas de saúde, estão disponíveis para a população que precisa de cuidados. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e ambulatórios de saúde mental estão espalhados por 22 cidades do Estado.

Quem precisar de apoio nos demais municípios do Estado pode procurar atendimento na unidade básica de saúde – o postinho do bairro. Outra alternativa é Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende gratuitamente pelo telefone 188.

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