Por Viviane Freitas | 18 fevereiro, 2022 - 15:46
Depois perseguir e atirar nos pneus do carro de uma estudante, de 24 anos, em plena Avenida Mato Grosso, uma das principais vias de Campo Grande, o delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo, deve ser afastado do seu cargo enquanto durarem investigações acerca do incidente.
Conforme o secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, delegado Antônio Carlos Videira, a decisão sai até segunda-feira (21) no máximo. Nos bastidores, a saída de Adriano é dada como certa, em razão do impacto do caso na opinião pública.
Conforme o secretário, a investigação policial do caso também vai dizer se houve ou não infração administrativa e isso servirá para eventual procedimento na Corregedoria da Corporação. “Poupa-se tempo”, explicou, sobre aproveitar o inquérito para a instrução de procedimento interno de infração às regras para o trabalho policial.
O chefe da PCMS alega que fez a abordagem depois de ser “fechado” pela jovem. Já ela diz que afogou o carro, o delegado buzinou e ela fez um gesto com o dedo do meio, dando início à perseguição.
A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS), a Associação dos Delegados de Polícia (Adepol-MS) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) também estão acompanhando o caso.
Diferentes versões
A estilista, que pediu para que seu nome não fosse revelado, disse que seguia pela Avenida Mato Grosso em um veículo Renault Kwid, que teria apeado no semáforo. Neste momento, segundo ela, o delegado, que estava em um Elantra, parou colado na traseira do veículo dela e começou a buzinar, momento em que ela mostrou o dedo.
Ela conseguiu fazer o veículo funcionar e passou a ser perseguida, afirmando que não sabia que se tratava de um delegado e nem que ele estaria armado.
Durante a perseguição, o delegado-geral atirou contra três pneus do veículo da estilista. A confusão terminou em frente a uma escola de ensino de línguas estrangeiras, quando Adriano Garcia desceu do carro, com arma em punho, e abordou a mulher dentro do carro.
Já na versão do chefe da Polícia Civil, ele diz ter iniciado a perseguição e efetuado os disparos por ela ter mostrado o dedo do meio a ele, depois de fechá-lo em um semáforo.
Adriano Geraldo garantiu ter se identificado como policial e tentado convencer a motorista a descer do veículo. Como a ordem não foi obedecida e por ela sair em alta velocidade, segundo ele, foi realizado os disparos. Imagens captadas do local do acidente mostram parte da ação e serão analisadas pela Polícia Civil.
Pelo vídeo, é possível ver que Adriano Garcia repete alguns gestos para que ela desça do veículo, mas não há procedimento padrão. Pouco tempo depois do veículo parar, em apenas dois minutos apareceu um grupo de pelo menos sete policiais militares.
Na ocasião, a mulher foi levada para a 3ª Delegacia de Campo Grande e teve o telefone e uma câmera GoPro, usada para justamente garantir sua segurança no trânsito, apreendidos.
Confira o vídeo:
23 novembro, 2024
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