Por Viviane Freitas | 20 setembro, 2023 - 11:58
O pastor Osório José Lopes Júnior é alvo de uma operação realizada nesta quarta-feira, 20, suspeito de aplicar golpes em mais de 50 mil pessoas em todo o país e no exterior. Um outro pastor, cujo nome não foi divulgado, também é alvo da operação. Ambos estão foragidos e não foram localizados pela Polícia Civil do Distrito Federal. O golpe é considerado um dos maiores do Brasil.
Osório, apontado como líder do grupo criminoso de cerca de 200 integrantes, é conhecido por ter provocado um prejuízo de R$ 15 milhões a fiéis em Goianésia (GO) em 2018. Além dos mandados de prisão preventiva contra os dois pastores, a polícia cumpre 16 mandados de busca e apreensão em diversas regiões do país.
A investigação revelou que os suspeitos faziam parte de uma rede criminosa altamente organizada, com estrutura hierárquica e divisão de tarefas, especializada em diversos crimes, incluindo falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e estelionato por meio de redes sociais. As vítimas eram convencidas a investir dinheiro com a promessa de receber quantias bilionárias no futuro.
Os golpistas abordavam principalmente evangélicos nas redes sociais, usando a religião para induzi-los a investir suas economias em operações financeiras e projetos de ações humanitárias fictícios. Prometiam retornos financeiros imediatos e lucros estratosféricos.
Por exemplo, eles prometiam que um depósito de apenas R$ 25 poderia resultar em um retorno de R$ 1 octilhão (R$ 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000).
O golpe é considerado um dos maiores investigados no Brasil, com mais de 50 mil vítimas de diversas camadas sociais em todo o país.
A investigação, que durou cerca de um ano, revelou que o grupo contava com cerca de 200 integrantes, incluindo dezenas de líderes evangélicos denominados pastores, que enganavam fiéis frequentadores de suas igrejas com a promessa de bênçãos financeiras bilionárias.
Os suspeitos mantinham empresas fictícias e simulavam ser instituições financeiras digitais com capital social declarado elevado. Celebravam contratos fraudulentos com as vítimas, prometendo a liberação de quantias irreais provenientes de títulos de investimento inexistentes, supostamente registrados no Banco Central do Brasil e no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
A investigação também descobriu uma movimentação financeira superior a R$ 156 milhões nos últimos cinco anos, bem como mais de 40 empresas fictícias e mais de 800 contas bancárias suspeitas.
Em dezembro do ano passado, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um suspeito de envolvimento no esquema após ele ter usado documento falso em uma agência bancária em Brasília, alegando possuir um crédito de cerca de R$ 17 bilhões. No entanto, o grupo continuou a aplicar golpes mesmo após a prisão desse indivíduo.
Os suspeitos poderão responder por estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa, dependendo de sua participação no esquema
26 novembro, 2024
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