Esquema audacioso: Motorista e comparsas desviam e vendem carga milionária de soja em Campo Grande

A Delegacia Especializada na Repressão de Roubos e Furtos (DERF) da Polícia Civil finalizou nesta segunda-feira, 26 de junho, a investigação de um suposto roubo de carga de soja que teria ocorrido em março de 2022. Após a conclusão do inquérito, dois homens foram indiciados por furto qualificado e comunicação falsa de crime, enquanto outros dois foram indiciados por receptação qualificada no exercício da atividade comercial.

De acordo com as informações apuradas, uma carga avaliada em mais de R$ 100 mil foi desviada e subtraída de uma fazenda em Bandeirantes, no estado do Mato Grosso do Sul, pelo próprio motorista contratado para realizar o transporte, em conluio com um comparsa. Posteriormente, os produtos foram vendidos para uma empresa de logística e cereais localizada no Jardim Columbia, em Campo Grande.

Durante a investigação conduzida pela DERF, foi comprovado que o proprietário da fazenda vítima havia contratado o frete com o dono de um caminhão, responsável por transportar um pouco mais de 30 toneladas de soja da propriedade rural até a empresa ADM do Brasil, situada em Indubrasil, Campo Grande. No entanto, após o carregamento, o caminhão deixou a fazenda por volta das 20h do dia 29 de março de 2022, com o motorista identificado como V.R.M. (56), porém, o veículo não chegou ao destino final. Isso ocorreu porque o referido motorista, com a ajuda de F.C.M.S. (39), simulou ter sido vítima de roubo, para posteriormente vender a carga.

Ao saberem que estavam adquirindo mercadoria de origem criminosa, R.P.F.S. (38) e J.E.F. (52), os compradores da soja, providenciaram o transbordo durante a madrugada. Assim que o caminhão ficou vazio, V.R.M. se afastou do local onde a soja foi descarregada e abandonou o veículo nas proximidades da “Estação Guavira”, alegando ter sido vítima de roubo qualificado.

Diante da história inventada por V.R.M., o proprietário da soja e do caminhão decidiram procurar a DERF para registrar o Boletim de Ocorrência. Durante as investigações, surgiram fortes indícios de que a versão do motorista era fantasiosa.

Após confrontar sua versão com as demais provas coletadas, V.R.M. admitiu que tudo não passava de uma farsa. Por esse motivo, em 30 de março de 2022, ele foi preso em flagrante por furto qualificado com abuso de confiança e comunicação falsa de crime.

Com a prisão de V.R.M. e o avanço das investigações, ficou comprovado que o motorista contou com a ajuda de F.C.M.S. para consumar o roubo. Além disso, surgiram indícios de que R.P.F.S. e J.E.F. tinham ciência de que estavam adquirindo mercadoria de origem criminosa, uma vez que providenciaram o transbordo da soja durante a madrugada.

Diante desses fatos, com a conclusão do inquérito policial, V.R.M. e F.C.M.S. irão responder pelos crimes de furto qualificado e comunicação falsa de crime, cuja pena somada pode superar oito anos de reclusão. Já R.P.F.S. e J.E.F. foram indiciados por receptação qualificada, cometida no exercício da atividade comercial, cuja pena também pode chegar a oito anos de reclusão.

O trabalho da Polícia Civil, por meio da DERF, foi fundamental para desvendar o caso do roubo de carga de soja que ocorreu em março do ano passado. A investigação minuciosa revelou a participação dos envolvidos e permitiu que a verdade fosse restabelecida.

O delegado responsável ressaltou a importância de combater esses crimes, destacando que o roubo de cargas representa um prejuízo significativo para a economia e afeta diversos setores. Além disso, a comunicação falsa de crime dificulta o trabalho da polícia e compromete a confiança nas informações prestadas pelas vítimas.