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Estelionatários são presos suspeitos de lucrar R$ 4 milhões com golpe do falso consórcio em MS

As vítimas tinham o mesmo o perfil; era trabalhadores autônomos, que passavam por dificuldades financeiras

Por Viviane Freitas | 6 julho, 2023 - 8:14

Divulgação

Quatro anos de golpes terminaram nesta quarta-feira (5) com a prisão de Frederico Nardson e Vitória Chaparro, de 38 e 23 anos, em Campo Grande. Donos de “salas luxuosas” e propostas tentadoras de dinheiro rápido e fácil, os estelionatários deixaram um rastro de mais de R$ 4 milhões de prejuízo as vítimas que acreditavam em suas promessa.

Frederico e Vitória são investigados pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) há mais de um ano. Os crimes cometidos por ele começam em 2019, quando abriram uma empresa de consórcios. No começo, tinham licença, mas logo a verdadeira intenção ficou clara: tudo não passava de um meio para enganar as pessoas.

Por anos, eles agiram da mesma maneira. Abriam escritórios “luxuosos” e contratavam jovens de 18 e 19 anos com uma única condição, tinham que usar os celulares pessoais e as redes sociais para falar com os clientes.

O golpe começava com a seleção de veículos e imóveis a venda na internet. Os anúncios selecionados eram replicados pelos suspeitos nas suas páginas pessoais nas redes sociais. Quem se interessava pela oferta, era direcionado para conversar com o “vendedor” no WhatsApp. As vítimas eram convidadas a ir ao escritório. Lá recebia a informação de que os bens escolhidos já haviam sido vendidos.

A saída oferecida era uma carta de crédito já contemplada. As vítimas eram convencidas a darem um “sinal” com urgência para garantir o valor completo, com a promessa de que o dinheiro sairia em até sete dias. Mas os valores prometidos nunca eram depositados.

As vítimas, na maioria das vezes, tinham o mesmo o perfil; era trabalhadores autônomos, que passavam por dificuldades financeiras e viam na proposta dos estelionatários a única maneira de conquistar um bem.

“Pedreiro, piscineiro, cuidadores, domésticas, e até uma gestante. Ela estava passando por uma gestação de risco e precisava do carro porque não podia mais andar de ônibus. Entregou tudo que tinha, ficou sem carro e sem dinheiro”, contou o delegado Reginaldo Salomão, responsável por toda a investigação dos golpes.

A história da mulher grávida foi a mesma de muitas das vítimas. Só em 2022 a polícia contabiliza que a dupla lucrou R$ 4 milhões em golpes apenas Campo Grande. Mais de 250 vítimas já foram identificadas e o número, segundo a polícia, é muito maior, mas grande parte sequer quis registrar boletim de ocorrência.

”As pessoas entregava tudo que tinha. A maioria é profissional autônomo e por causa da pandemia estava com dívidas, restrição no nome. O impacto social que eles vinham causando é muito grande”, reforçou o delegado.

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