Por João Paulo Ferreira | 21 maio, 2024 - 9:56
Dando sequência às investigações da Operação Cartão Vermelho, deflagrada na terça-feira (21), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) apreendeu mais de R$ 800 mil em espécie na residência de Francisco Cezário de Oliveira, presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). A quantia foi encontrada durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão em Campo Grande.
A operação tem como objetivo desmantelar um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro na FFMS, envolvendo recursos estaduais e federais destinados ao desenvolvimento do futebol. Em 20 meses de investigação, o Gaeco identificou uma série de saques frequentes de contas bancárias da Federação, sempre em valores abaixo de R$ 5 mil para evitar a detecção por órgãos de controle. Esses saques totalizaram mais de R$ 3 milhões.
Além dos saques, o esquema criminoso incluía o desvio de diárias de hotéis pagos pelo Estado de Mato Grosso do Sul para jogos do Campeonato Estadual de Futebol, bem como a devolução de parte dos valores cobrados em contratações de serviços e produtos pela FFMS. No total, os valores desviados superaram os R$ 6 milhões entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023.
Os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas, com o apoio operacional da Polícia Militar. Devido ao fato de Francisco Cezário ser advogado, a operação também contou com a presença de representantes da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil.
Em resposta às ações do Gaeco, o advogado da FFMS, André Borges, ressaltou que “qualquer investigação é sempre unilateral; logo ela será submetida ao necessário contraditório; devemos aguardar os esclarecimentos, que serão prestados, oportunamente”.
Francisco Cezário, que está no comando da FFMS desde 1998 e recentemente reeleito para um mandato até 2027, agora enfrenta uma crescente vigilância sobre sua gestão. O nome da operação, Cartão Vermelho, reflete a gravidade das acusações e a necessidade de expulsar práticas ilícitas no futebol sul-mato-grossense.
As próximas etapas da operação devem revelar mais detalhes sobre a extensão e o impacto dos desvios, colocando em evidência a necessidade de maior transparência e controle na administração dos recursos esportivos.
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