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Gaeco mira advogados, vereadores e servidores que aplicaram golpes de R$ 190 milhões

Foram cumpridos nas primeiras horas da manhã 39 mandados de prisão preventiva

Por Viviane Freitas | 5 julho, 2023 - 11:49

Divulgação

Vereadores, servidores públicos e advogados são alvos da Operação Arnaque, deflagrada na manhã de hoje (5), pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Eles são investigados por crimes de aplicações de golpes em banco e clientes, que somam prejuízo de R$ 190 milhões. Foram cumpridos nas primeiras horas da manhã 39 mandados de prisão preventiva e 51 de busca e apreensão em Mato Grosso do Sul e mais sete estados.

Em MS, os mandados de prisão estão sendo cumpridos nas cidades de Iguatemi, Naviraí, Paranhos, Tacuru, Sete Quedas, Eldorado, Anaurilândia e Chapadão do Sul.

Segundo a Gaeco, há ordens judiciais a serem cumpridas nas cidades de Barreiras (BA), Goiânia (GO), Sinop (MT), Iturama (MG), João Pessoa (PB), Araucária (PR), Cascavel (PR), Campo Mourão (PR), Peabiru (PR), Engenheiro Beltrão (PR), Icaraíma (PR) e Floriano (PI). Todos os mandados foram expedidas pela 4ª Vara Criminal de Competência Residual da comarca de Campo Grande (MS).

Durante as apurações, as equipes percorreram os oito estados brasileiros em etapa conclusiva da investigação que, no último mês, tornou réus todos os 39 alvos de mandados de prisão, dentre eles sete advogados, dois vereadores e outros dois servidores públicos, pela prática dos crimes de integrar organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e uso de documento falso.

O trabalho investigativo identificou duas organizações criminosas lideradas por advogados responsáveis pela propositura de mais de 70 mil ações judiciais em todas as regiões do país, muitas delas consideradas temerárias pelo Poder Judiciário (praticamente todas as demandas partem da premissa de que empréstimos consignados são forjados).

Ainda conforme as investigações, as organizações criminosas, mediante série de ardis, obtêm procurações de idosos, deficientes e indígenas para, ao final, ajuizarem múltiplas demandas em nome deles contra instituições financeiras, terminando cerca de 10% dos casos com procedência; quando não são feitos acordos em massa com instituições financeiras.

Durante as investigações, foram revelados que os crimes, apesar de explorarem pessoas em grave situação de pobreza e vulnerabilidade social, permitiram que líderes das organizações criminosas movimentassem cerca de R$ 190 milhões em menos de cinco anos de atividade.

Estiveram na ação, equipes dos Gaecos dos estados envolvidos, Batalhão de Choque da Polícia Militar de MS e o DOF (Departamento de Operações de Fronteira. A operação também contou com as Comissões de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados de Seccionais da Ordem dos Advogados do Brasil por todo o país.

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