Por João Paulo Ferreira | 20 outubro, 2024 - 14:22
Hilda Barroso, de 79 anos, foi encontrada morta na manhã da última sexta-feira (18) na comunidade indígena Ñu Verá, localizada nas proximidades da Aldeia Bororó, em Dourados, a 228 quilômetros de Campo Grande. O corpo da idosa apresentava sinais de sufocamento e indícios de possível abuso sexual, já que suas roupas íntimas estavam abaixadas.
Moradores da comunidade descobriram o corpo em uma construção de apenas um cômodo e acionaram a polícia imediatamente. A perícia técnica foi chamada para realizar os procedimentos necessários e coletar evidências que possam auxiliar nas investigações.
A delegada Gabriela Vanoni, responsável pelo caso, informou que, embora não tenham sido observados sinais externos claros de violência sexual, a posição em que o corpo foi encontrado levanta suspeitas de estupro. “O fato de ela estar caída no chão com a calcinha abaixada nos leva a concluir que estamos lidando com uma situação de um possível estupro”, disse a delegada em entrevista ao jornal local Dourados News.
Um homem com idade estimada entre 40 e 49 anos foi apontado como o principal suspeito. Ele foi visto por testemunhas deixando o local onde o corpo de Hilda foi encontrado. Equipes do Setor de Investigação Geral (SIG) estão em diligências para localizar o suspeito e esclarecer sua possível ligação com o crime.
A polícia também está investigando a possibilidade de o caso se tratar de mais um feminicídio no estado. “Estamos seguindo a linha de investigação de um possível feminicídio, tendo em vista que a vítima é uma mulher e os indícios sugerem um crime motivado por sua condição de sexo feminino”, afirmou Gabriela Vanoni.
Estatísticas alarmantes de feminicídio no Mato Grosso do Sul
Caso confirmado como feminicídio, este será o 25º caso registrado no Mato Grosso do Sul em 2024, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). O estado tem apresentado números preocupantes nos últimos anos. Em 2023, foram registradas 30 vítimas de feminicídio. O ano de 2022 foi recorde desde a instituição da lei em 2015, com 44 casos.
Os anos anteriores também registraram números elevados: 37 casos em 2021, 41 em 2020, 30 em 2019, 36 em 2018, 33 em 2017, 36 em 2016 e 18 em 2015. Esses dados evidenciam a necessidade urgente de medidas eficazes para combater a violência contra a mulher na região.
Como denunciar violência contra a mulher
A participação da sociedade é fundamental no combate à violência contra a mulher. Denúncias podem ser feitas de diversas formas:
O caso de Hilda Barroso é mais um episódio trágico que reforça a importância do enfrentamento à violência contra a mulher. As autoridades estão empenhadas em esclarecer o crime e trazer justiça para a vítima e sua família. A sociedade, por sua vez, deve permanecer vigilante e denunciar qualquer ato de violência, contribuindo para a construção de um ambiente mais seguro e igualitário para todas as mulheres.
21 novembro, 2024
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