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Lázaro pertenceria a organização criminosa com fazendeiros, empresários e políticos, diz delegada

Durante 20 dias, Lázaro fugiu mobilizando uma força-tarefa que chegou a ter 270 policiais. As investigações continuam para esclarecer quem o ajudou

Por Viviane Freitas | 5 julho, 2021 - 12:25

Investigações apontam que Lázaro Barbosa, 32, morto em confronto policial na última segunda-feira, 28, em Águas Lindas de Goiás (GO), não agiu sozinho nos crimes dos quais é acusado. De acordo com uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, a Polícia suspeita que ele fazia parte de uma organização criminosa que envolvia empresários, fazendeiros e políticos.

“Nessa organização criminosa, a gente já levantou que pessoas importantes participam dela. Nós temos empresários, fazendeiros, políticos”, conta a delegada Rafaela Azzi no programa exibido nesse domingo, 4. Durante 20 dias, Lázaro fugiu mobilizando uma força-tarefa que chegou a ter 270 policiais e agentes de forças e órgãos de Goiás, do Distrito Federal e do governo federal.

Um dos suspeitos de ajudar Lázaro na fuga é o fazendeiro Elmi Caetano que, de acordo com as investigações, escondeu o então foragido em uma de suas propriedades. A polícia encontrou uma mensagem de voz no celular do fazendeiro que indica que o criminoso usava a fazenda como esconderijo. “Ele está dormindo lá naquele barraco onde a mãe dele morava”, dizia Elmi na gravação.

Segundo as investigações, Elmi Caetano pode ser o mandante de uma chacina cometida por Lázaro, em Ceilândia, no Distrito Federal. O fazendeiro Cláudio Vidal e os dois filhos, Gustavo e Carlos Eduardo, foram assassinados com tiros e facadas nas terras da família, no dia 9 de junho.

A esposa de Cláudio, a empresária Cleonice Marques de Andrade, foi feita refém e levada para um córrego, onde foi estuprada por Lázaro e encontrada morta, no dia 12 de junho.

“Considerando que havia um laço anterior, que o Lázaro já era conhecido do proprietário e que na entrevista o proprietário fala que aquela família devia um dinheiro a ele, nós não descartamos a hipótese de que ele tenha realmente usado Lázaro para cobrar a dívida, e em não recebendo, matar aquelas pessoas”, explica Rafaela Azzi.

No jargão da polícia, “entrevista” é uma conversa inicial que, neste caso, a delegada teve com o fazendeiro Elmi Caetano quando foi preso junto com o caseiro. A defesa de Elmi rechaçou a suspeita de que o fazendeiro seja o mandante da chacina de Ceilândia. O advogado Ilvan Barbosa disse, em tom de ameaça, que no Brasil não existe prisão perpétua, e que o fazendeiro sairia da cadeia.

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