Por Viviane Freitas | 14 dezembro, 2021 - 9:26
Grupo criminoso especializado no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que movimentaram em 14 meses R$ 155 milhões é alvo da operação Aqueus da Polícia Federal nesta terça-feira (14). Os integrantes da organização eram liderados por dois moradores em Três Lagoas, cidade que fica a 323 quilômetros de Campo Grande.
Objetivo de desmantelar uma grande organização criminosa dedicada ao tráfico ilícito de drogas e à lavagem de dinheiro. Durante as investigações, que se iniciaram em março de 2020, verificou-se a existência deste grande grupo criminoso liderado por dois indivíduos residentes do município de Três Lagoas.
Segundo a Polícia Federal, os líderes adquiriam carregamentos de droga em Ponta Porã e coordenavam, à distância, todo o transporte da droga, a qual era armazenada em um depósito em Campo Grande. Após, seguia para o entreposto três-lagoense, de onde era distribuída para diversos locais do país, principalmente interior e litoral paulista, Grande São Paulo e interior de Minas Gerais.
Para a movimentação dos valores envolvidos nas negociações, a organização indicava contas bancárias de empresas de fachada para os compradores, fazendo com que o pagamento da droga chegasse diretamente ao fornecedor na região fronteiriça. Estas contas eram administradas por um núcleo especializado em lavagem de dinheiro, que prestava este tipo de serviço ilícito a diversas organizações criminosas.
O lucro dos líderes três-lagoenses era recebidos por meio de veículos, dinheiro em espécie e contas bancárias de parentes próximos, que integravam a organização criminosa. Para ocultar o patrimônio oriundo da infração penal, investiam, principalmente, em imóveis, que eram registrados em nome de terceiros. Em um período aproximado de um ano (entre 2020 e 2021), os líderes da organização criminosa teriam recebido, somente em valores creditados em conta correntes de seus “laranjas”, mais de R$ 3,5 milhões de reais. Estima-se que o lucro obtido com o tráfico tenha sido muito superior, haja vista os valores recebidos em espécie e bens não contabilizados.
Durante a investigação, foram presas oito pessoas em flagrante e apreendidos aproximadamente 500 kg de drogas, além da identificação de outros carregamentos apreendidos pertencentes aos investigados.
Hoje estão sendo cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de prisão preventiva, 07 mandados de prisão temporária, além do sequestro de 13 imóveis e do bloqueio judicial de contas bancárias de 33 pessoas físicas e jurídicas. Entre os imóveis sequestrados estão uma Fazenda no município de Água Clara e uma casa de veraneio a beira-rio em Três Lagoas, propriedades com valores estimados em mais de R$ 4 milhões.
As medidas judiciais estão sendo cumpridas nos municípios de Três Lagoas/MS, Água Clara/MS, Campo Grande/MS, Ponta Porã/MS, Ribeirão Preto/SP, Guatapará/SP, Aparecida/SP, Guaratinguetá/SP, Potim/SP, Paulínia/SP, São José do Rio Preto/SP, São José dos Campos/SP, Guarujá/SP, José Bonifácio/SP, São Paulo/SP, Douradina/PR, Sarandi/PR, Maringá/PR, Maria Helena/PR, Colombo/PR, Laranjeiras do Sul/PR e Baependi/MG.
Nome
O nome da operação advém da famigerada Guerra de Troia. Segundo a história, o povo Aqueus (como eram conhecidos os cidadãos das cidades-estado da Grécia antiga), venceram de forma estratégica e inteligente a cidade de Troia, com destaque à batalha entre Aquiles e Heitor, na qual Heitor padece sob a lança de Aquiles, líder dos Aqueus. Um dos principais investigados da Operação possui o mesmo prenome do derrotado príncipe de Troia.
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