Uma mulher foi presa no município de Bonito, distante 297 quilômetros de Campo Grande, por vender crânios e partes de animais silvestres decorados como peças de arte. A prisão ocorreu após denúncia anônima que levou a Polícia Militar Ambiental (PMA) ao local, na noite do último domingo (15).
Conforme o boletim de ocorrência, a mulher foi flagrada comercializando nove crânios de diferentes animais, incluindo veado, jacaré e até bico de papagaio, na praça municipal da cidade turística. Um dos itens apreendidos era feito com chifre de cervo-do-pantanal, espécie ameaçada de extinção, segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
A autora, que não teve o nome divulgado, alegou que as peças foram encontradas durante viagens em rodovias de Mato Grosso do Sul. Ela afirmou ainda que decorava os restos mortais antes de colocá-los à venda e que esta teria sido a primeira vez que realizou a comercialização.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Diego Sátiro, a mulher foi liberada após assinar um termo de compromisso, pois o crime é de menor potencial ofensivo, com pena máxima de até um ano. No entanto, foi instaurado um termo circunstanciado de ocorrência e aplicada multa de R$ 9 mil.
A prática de vender, expor ou transportar partes de animais silvestres sem autorização ambiental é considerada crime ambiental, conforme o artigo 29 da Lei nº 9.605/1998. A legislação proíbe a comercialização de quaisquer produtos derivados de fauna silvestre, mesmo se obtidos de animais já mortos, para evitar estímulo à caça ilegal. Além disso, o Decreto nº 6.514/2008 prevê multa de R$ 500 por infração, valor que é dobrado quando a atividade tem fins econômicos.
Os itens apreendidos foram encaminhados à delegacia da Polícia Civil local para as providências cabíveis.