Por Viviane Freitas | 14 julho, 2023 - 8:55
Denúncias resultaram na interdição de uma clínica psiquiatra clandestina, em Campo Grande. O espaço, que promovia atendimentos de reabilitação terapêutica para dependentes químicos, foi fechado em ação acompanhada pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. O responsável pelo local nega as denúncias.
De acordo com a defensora pública Eni Maria Cezerino Diniz, pacientes e familiares buscavam atendimento confiando estar investindo em um tratamento médico.
“Os internos da unidade que estavam a mais tempo iam em uma ambulância até a residência e faziam o que eles chamavam de ‘remoção’. Pegavam a força os pacientes que não queriam se deslocar até essa unidade e, se eles fugissem, passavam por um processo de resgate ou recaptura. Uma equipe ia atrás e trazia novamente a força, sem qualquer cuidado, sem qualquer manejo, sem habilitação técnica de que esse serviço pudesse ser feito”, revelou a defensora.
O local passou por vistoria, que encontrou comidas sendo manuseadas sem higiene, obstáculos para impedir internos de fugir do local – como o uso de concertinas -, medicamentos sem comprovação de origem, entre outras situações consideradas desumanas.
Além disso, a fiscalização apontou que as pessoas abrigados no local, na maioria, idosos, não recebiam o tratamento adequado para quem apresenta problemas de alcoolismo.
“O ambiente era extremamente opressivo, não havia um plano terapêutico, não havia cuidado dos pacientes. O que havia era uma imposição de cumprimento de regras, eles eram obrigados a cumprir essas regras se não tinham penalizações. Além do uso de medicações excessivas, sem a presença de um médico no local que pudesse prescrever e acompanhar essa situação”, afirmou Eni Maria.
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