Tesoureiro desvia R$ 467 mil de fiéis para jogar em loteria e diz: ‘cedi à tentação’

Ilustrativa

Um caso de desvio de recursos da ordem de R$ 467 mil veio à tona envolvendo um tesoureiro de uma igreja adventista em Campo Grande. O indivíduo é acusado de canalizar doações e dízimos dos fiéis para fins pessoais, tendo alegado que parte desse montante foi usada em jogos de loteria e para quitar dívidas próprias. O esquema, classificado como “elaborado” pelo Ministério Público Estadual (MPMS), envolvia a emissão de recibos falsos para simular doações e o desvio não autorizado dos recursos.

A explicação dada pelo tesoureiro para o desvio dos R$ 467 mil foi apresentada no mês de julho deste ano, quando questionado sobre o destino dos fundos. Ele admitiu ter enfrentado dificuldades financeiras, cedendo à tentação e perdendo o controle sobre o desvio progressivo do dinheiro. Alegou ter iniciado com pequenos valores, mas posteriormente acabou cometendo desvios maiores.

Reprodução do Processo

Além disso, o tesoureiro afirmou ter tido a impressão equivocada de que estava utilizando os recursos em prol de outras pessoas, quase como uma ajuda divina. Seus atos foram revelados quando um dos fiéis questionou a ausência de seu recibo de doação. A investigação subsequente revelou o esquema de desvios, que ocorreram entre setembro de 2018 e abril de 2019.

O acusado admitiu ter tentado, sem sucesso, reaver parte do dinheiro através de jogos de loteria, numa tentativa de restituir os valores retirados da igreja. No entanto, ele acabou acumulando um montante considerável em desvios não autorizados.

A defesa do tesoureiro alegou que parte dos recursos foi destinada à obra de reforma do prédio da igreja, porém, sem devida autorização, e que isso gerou desajustes contábeis. O indivíduo chegou a se oferecer para devolver uma parcela do montante desviado, mas propôs um plano de pagamento parcelado em mais de duas décadas.

O processo está em andamento no Judiciário e coloca em destaque a importância da transparência e fiscalização rigorosa nos manuseios financeiros das instituições religiosas.