Traficante é condenado a 225 anos de prisão por derrubar helicóptero da PM

O traficante Fabiano Atanásio da Silva, conhecido como “FB”, recebeu uma sentença de 225 anos de prisão da Justiça do Rio de Janeiro. Ele foi identificado como um dos principais líderes da facção criminosa responsável pelo ataque no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, no ano de 2009. O episódio trágico resultou na queda de um helicóptero da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), após ser atingido por tiros disparados pelos traficantes. Três policiais militares perderam suas vidas neste evento. Outros três homens foram condenados anteriormente e um quinto suspeito faleceu antes do término das investigações. De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), FB foi o último a ser julgado. Os crimes pelos quais foi condenado incluem homicídio triplo, tentativa de homicídio em seis ocasiões e associação para o tráfico de drogas. O julgamento teve início na manhã de terça-feira, dia 20, por volta das 10h, e foi encerrado por volta das 7h50 desta quarta-feira, dia 21. O réu acompanhou o desfecho do julgamento por meio de videoconferência, estando preso em Catanduvas, no Paraná.

A sentença foi proferida pela juíza Tula Corrêa de Mello, que considerou a ação como “nefasta” e comparou-a a um ataque terrorista. Segundo a magistrada, “as circunstâncias do crime são nefastas, sendo certo que a conduta dirigida ao abate de uma aeronave do Estado se equipara a ato de terrorismo, pois não se restringe à violência individualmente direcionada a cada um dos policiais atingidos e aos familiares, vítimas indiretas da ação nefasta, mas pela intenção declarada de guerra ao Estado”. Ela também destacou a grande culpabilidade do acusado, descrevendo sua audácia como líder de facção criminosa ao ordenar previamente que seus comparsas usassem violência, disparando armas de fogo contra todos os opositores à ação do grupo. A juíza ressaltou ainda que atentar contra policiais é uma conduta que gera promoção na hierarquia do tráfico, demonstrando a audácia da facção liderada pelo réu, especialmente diante de um incidente de repercussão internacional como a queda de uma aeronave.

Além de FB, outros três indivíduos já haviam sido condenados anteriormente. De acordo com informações do TJRJ, Luiz Carlos Santino da Rocha, conhecido como “Playboy”, foi sentenciado a 225 anos de prisão em 2019. Em 2022, Magno Fernando Soeiro Tatagiba de Souza, apelidado de “Magno da Mangueira”, e Leandro Domingos Berçot, conhecido como “Lacoste de Manguinhos”, receberam uma pena de 193 anos, um mês e dez dias de prisão. O outro suspeito, Michel Carmo de Carvalho, faleceu antes de ser denunciado. O ataque ocorreu em 17 de outubro de 2009, resultando na trágica morte dos policiais militares Izo Gomes Patricio, Marcos Standler Macedo e Edney Canazaro. Além disso, o piloto Marcelo Vaz de Souza, o co-piloto Marcelo Mendes e o cabo Anderson dos Santos ficaram feridos durante o incidente.

O caso chocou a população e chamou a atenção das autoridades para a atuação violenta das facções criminosas no Rio de Janeiro. A condenação de Fabiano Atanásio da Silva, o “FB”, representa uma vitória no combate ao crime organizado no estado. A sentença proferida pela juíza Tula Corrêa de Mello ressalta a gravidade dos crimes cometidos e a intenção declarada de guerra ao Estado por parte do réu e de sua facção.

Com essa decisão, o poder judiciário reafirma seu compromisso em buscar a justiça e punir de forma rigorosa aqueles que atentam contra a vida de agentes públicos e colocam em risco a segurança da sociedade. A condenação de FB e dos outros envolvidos no ataque no Morro dos Macacos envia uma mensagem clara de que a impunidade não será tolerada e que os responsáveis pelos crimes serão responsabilizados pelos seus atos.

A sociedade espera que essa condenação seja um passo importante para coibir a atuação das facções criminosas e garantir um ambiente mais seguro para todos os cidadãos. O episódio trágico de 2009 no Morro dos Macacos ficará marcado na memória como um dos momentos mais sombrios da violência urbana no Rio de Janeiro, porém, a justiça sendo feita traz um alento para as vítimas e suas famílias.

As autoridades seguem empenhadas em combater o crime organizado e garantir a tranquilidade da população. O desfecho do julgamento de FB e a condenação exemplar são um sinal de que o Estado está comprometido em buscar a paz e a segurança, não permitindo que a violência prevaleça sobre a ordem e a justiça. A decisão da Justiça do Rio de Janeiro reforça a mensagem de que o Estado não irá recuar diante do desafio imposto pelos grupos criminosos, perseguindo e punindo seus líderes e integrantes com todo o rigor da lei.