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Após dizer que não atenderia pacientes que votaram em Lula, médico pede desculpa e diz que estava brincando

Segundo Ygor José Saraiva, ele estava "tirando uma onda em tom de brincadeira sobre promessa política de tal candidato"

Por Redação | 4 novembro, 2022 - 14:36

O clínico-geral Ygor José Saraiva Carvalho Silva, médico que atende no Hospital Regional Francisco Dantas Maniçoba, em Nova Andradina, no interior de Mato Grosso do Sul, que não atenderia pessoas que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escreveu uma carta aberta no Jornal Imagem, onde se justificou e disse que estava brincando com um amigo no momento em que foi gravado.

Segundo o médico, ele estava “tirando uma onda em tom de brincadeira sobre promessa política de tal candidato”. Ainda segundo ele, as palavras foram ditas da “boca para fora” e que “dá o seu melhor no atendimento médico a todos visando acalentar, tirar a dor e propor o melhor àquele que veio até mim, pois foi isso que aprendi durante minha formação, sendo esse, inclusive, o juramento que fiz perante meus colegas e mestres”.

CONFIRA A CARTA NA ÍNTEGRA:

No período da manhã, em dia eleitoral, após ter cumprido com todas as minhas obrigações do dia, fui ao encontro de amigos onde tivemos nosso momento de descontração.

Nesse momento fomos até uma conveniência da cidade e chegando no açougue da tal conveniência comecei a brincar sobre a compra que estava fazendo, tirando uma onda em tom de brincadeira sobre promessa política de tal candidato. Com isso acabei dizendo palavras, das quais, me arrependo.

Menciono que não dirigi as palavra diretamente a qualquer pessoa em particular, sim fazendo brincadeira com meu amigo que ali se encontrava, sendo que tais palavras, naquele momento, foram obtidas por meio de gravação sem meu conhecimento ou consentimento.

Desde já quero deixar bem claro, que as palavras foram da boca pra fora, e em um momento inoportuno, dentro de uma conveniência. Muitos cidadãos de Nova Andradina e região que já passaram por atendimento realizado por mim, sabem que sou sempre descontraindo, e além disso, que dou o meu melhor no atendimento médico a todos visando acalentar, tirar a dor e propor o melhor àquele que veio até mim, pois foi isso que aprendi durante minha formação, sendo esse, inclusive, o juramento que fiz perante meus colegas e mestres.

A pouco tempo atrás, tivemos uma pandemia mundial, pandemia essa que devastou famílias em todos os municípios do Brasil e do mundo, inclusive na região do Vale do Ivinhema. A época da pandemia eu estava lá, a frente do Hospital Regional fazendo planejamentos e decidindo sobre ações que deveríamos tomar a tudo que poderia vir, de repente a pandemia chegou de forma avassaladora e naquele momento, ainda não estávamos totalmente amparados via a materiais e medicações, sobre como seria esse enfrentamento. Porém como diretor clínico fiz meu papel, chamei a responsabilidade e junto com a equipe médica, enfermagem, fisioterapeutas, nutrição, limpeza e gestores abraçamos o serviço e começamos a dar nosso melhor por todos aqueles que por um motivo ou outro, vinham até nós do Hospital Regional, nunca negando atendimento a quem quer que fosse, isso por amor ao próximo, pois quem exerce a medicina não alcança méritos se um total amor não se fizer sempre presente. Exemplo disso, cito, que durante a pandemia, fui o primeiro médico do vale do Ivinhema a realizar o processo de sedação e intubação oro traqueal para paciente covid 19+, enquanto muitos se sentiam inseguros para realizar tal procedimento, não pensei nem sequer uma única vez e fiz tal procedimento livrando aquele paciente da angústia respiratória.

Sou médico, mais antes de tudo, sou ser humano, passível de erro com as palavras. Também tenho sentimentos, cometo erros como qualquer pessoa, mas tenho também o senso do dever de me retratar quando necessário.

Longe de mim prejudicar alguém, pois nunca omiti socorro, e nunca o farei em qualquer circunstância quando do atendimento a quem quer que seja, sem distinção de raça, cor, credo ou mesmo posição política qualquer que seja, atendendo a todos como iguais. Gostaria de ser lembrado por isso e não por um momento de infelicidade em conversa na fila de uma conveniência com amigo e conhecidos.

Desde já, mais uma vez, peço desculpas a quem se sentiu ofendido, e todos podem ter certeza que sempre irei desempenhar o melhor atendimento médico a qualquer pessoa, como sempre fiz durante toda minha carreira médica. Deixo claro, não usei nome de nenhuma instituição que presto serviço.

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