Bolsonaro nega acusações de uso pessoal dos valores recebidos via Pix em campanha na internet

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) utilizou sua plataforma nas redes sociais para rebater vigorosamente as alegações de que teria utilizado os fundos arrecadados por meio de doações via Pix para gastos pessoais. No último domingo (6) Bolsonaro usou sua conta no “X”, a antiga plataforma conhecida como Twitter, para questionar a credibilidade da reportagem publicada pelo jornal “O Estado de São Paulo”, na qual foi afirmado que ele teria distribuído parte dos recursos entre membros de sua família, totalizando aproximadamente R$ 148 mil.

O ex-presidente classificou as alegações como “mais uma mentira desmascarada” e salientou que a campanha de arrecadação por Pix teve início em 23 de junho, invalidando qualquer conexão entre os valores transferidos antes dessa data e os fundos arrecadados via Pix. Em sua declaração, Bolsonaro detalhou o destino dos recursos, mencionando o pagamento de aluguel, apostas na Mega-Sena e a remuneração de um de seus assessores.

No entanto, a situação ganha contornos de maior complexidade com a divulgação de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que mostram que Bolsonaro recebeu um total de R$ 17 milhões em transações por Pix entre 1º de janeiro e 4 de julho de 2023. Essas movimentações financeiras foram classificadas pelo Conselho como “atípicas”, levantando dúvidas sobre a origem e o uso dos recursos.

Durante um evento realizado em Santa Catarina no final de julho, o ex-presidente agradeceu publicamente aos apoiadores que haviam contribuído com doações por meio do Pix. Ele afirmou: “Muito obrigado a todos aqueles que colaboraram comigo no Pix há poucas semanas. Mais do que o valor depositado, quase um milhão de pessoas colaboraram.”