Candidato causa polêmica ao propor fim dos banheiros de “todes” em MS

Fonte: Redes Sociais

O posicionamento do candidato a Deputado Estadual de Mato Grosso do Sul, Rafael Tavares, está causando polêmica após uma estudante relatar ter sofrido assédio sexual ao usar o banheiro neutro da Universidade Federal do Estado. O caso repercutiu nas redes sociais nesta semana e a pauta entrou para as propostas de campanha do candidato do partido PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro).

“O que aconteceu com essa estudante é um risco real a todas as mulheres que forem expostas a essa situação em banheiros neutros”, disse o candidato a reportagem do OSM.

O banheiro neutro foi instalado na Universidade no início deste ano, segundo a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com o intuito de garantir a segurança e a dignidade à pessoas transgenêro, transexuais, travestis, não-binários e intersexuais.

Para Rafael, o banheiro neutro é um absurdo que coloca em riscos as mulheres, crianças e adolescentes. “Nenhum pai ou marido quer sua filha ou esposa dividindo banheiro com homem”, disse. Ele ainda ressaltou que proibir a iniciativa é uma de suas propostas de campanha: “Minha proposta é que seja proibido o banheiro neutro no Mato Grosso do Sul. Não podemos colocar toda a sociedade em risco para agradar uma minoria barulhenta que só quer lacrar”, disse.

Na publicação das redes sociais do jornal O Sul Mato Grossense, a maioria dos comentários foram a favor da proibição do banheiro neutro. “Por que deixaram por um banheiro desse tipo?É um risco que estão correndo de graça”, disse um leitor.  “Isso aí não vai dar certo, não é todo mundo q respeita. Imagina isso numa escola de ensino fundamental? O q vai ter de aluno entrando pra ver as meninas , não vai dar certo”, disse outro.

“Se proteger mulheres, crianças e adolescentes é ser polêmico e radical, então eu sou mesmo”, finaliza Rafael Tavares.

Entenda o caso:

Uma estudante da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul relatou ter sido filmada enquanto usava banheiro neutro da Instituição. O caso de assédio sexual sofrido pela estudante veio à tona, junto com todo o relato, mantido em anonimato, após ser publicado em várias sequências em uma página no Instagram.

De acordo com a postagem, ela disse ter entrado, fechado a porta e em posição de agachamento observou uma mão, de acordo com ela masculina, segurando um celular com a câmera no modo selfie, com as partes íntimas aparecendo, segundo o relato na página.

A estudante disse que quando reparou o celular, bateu na divisória de mármore que separa as cabines e perguntou o motivo da filmagem, sendo negado pelo autor. Em seguida um colega da vítima a socorreu.

“Abri minha porta desesperada e comecei a bater na porta dele. Saiu o cidadão todo engomado, pai de família, casado, que me disse: “Não estava te filmando, não”. Nesse momento eu pedi o celular dele e ele quis crescer para cima de mim dentro do banheiro. Por sorte, um colega do curso (que é o o dobro do tamanho do cidadão) passava pelo local e eu chamei. Esse meu colega pediu para ver o celular em arquivos e excluídos e não tinha o vídeo. Então, o cidadão quis me tirar de louca e mentirosa.”, disse o relato.

Ainda conforme o relato, a estudante afirmou que compareceu na Reitoria da Universidade onde  registrou uma denúncia com os dados pessoais do homem, além de ter feito boletim de ocorrência.