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Gilmar Mendes se emociona após vistoriar estragos no STF: ‘Como chegamos a esse ponto?’

Leandro Grass, indicado pela ministra Margareth Menezes para assumir a presidência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), também esteve no local para avaliar os danos

Por João Paulo Ferreira | 11 janeiro, 2023 - 10:16

Na última terça-feira (10), agentes da Polícia Federal passaram o dia no prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), invadido e depredado no último domingo (8). No local, sinais dos atos de vandalismo ainda são bastante visíveis.

Funcionários passaram o dia recolhendo imóveis e objetos arrancados de dentro do local e atirados na Praça dos Três Poderes. Até uma das tradicionais cadeiras do plenário da corte permanecia do lado de fora.

Do lado de dentro, o cenário não é diferente. Vidros quebrados, móveis e aparelhos eletrônicos destruídos por toda a parte, livros jogados pelo chão e muita sujeira.

O ministro Gilmar Mendes esteve no STF para conferir a dimensão dos danos e na saída fez um apelo para que tais cenas não se repitam mais: “Estou sem palavras, sem palavras. Como que chegamos a esse ponto? Temos que fazer tudo para evitar que isso nunca mais se repita”. Quem também esteve no local foi Leandro Grass, indicado pela ministra Margareth Menezes para assumir a presidência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Ele assume com a missão de recuperar os danos ao patrimônio público durante as invasões.

O Iphan é o órgão responsável pela preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial do país e, nesse momento, será essencial para o levantamento do prejuízo causado no último domingo. Todo o cenário de destruição causou um prejuízo estimado até agora em R$ 8,5 milhões, apenas no Palácio do Planalto. No Senado Federal os danos são estimados em R$ 4 milhões. “Na quinta-feira, serão entregues a nós toda a finalização desse levantamento. Claro que vamos usar todas as possibilidades que forem possíveis, a partir do momento da dimensão de quanto será o custo disso, para haver essa reforma toda dos palácios e obras de arte. Realmente é uma falta de sensibilidade muito grande”, declarou Margareth Menezes.

O Planalto informou que não é possível ainda ter um levantamento minucioso de todas as esculturas, pinturas e peças de mobiliário destruídas. Mas, a avaliação preliminar feita pela equipe responsável aponta diversos estragos em peças icônicas do acervo. De acordo com Grass, neste primeiro momento a prioridade será recuperar as obras. Após este trabalho, o próximo passo será o fortalecimento da Política do Patrimônio Cultural, valorizando quadros técnicos e até mesmo criando um plano de carreira para os servidores da Cultura.

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