Leo Santana tenta registrar “Faz o L” e pode impedir Lula de usar o gesto

O cantor Leo Santana solicitou o registro da marca “Faz o L” junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) em abril de 2023. O gesto, que forma a letra “L” com a mão, ficou conhecido nos shows do artista e nas suas músicas, como em “Desce Fazendo o L”, lançada em 2020. Porém, o mesmo gesto é amplamente usado por apoiadores de Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente nas campanhas políticas do presidente.

Atualmente, o pedido de registro de Leo Santana está “aguardando exame de mérito”, o que significa que ainda será analisado pelo INPI. Caso o registro seja aprovado, Leo Santana terá o direito de controlar o uso comercial do “Faz o L”, o que pode criar um impasse sobre o uso do gesto por Lula. Em um cenário extremo, Leo poderia cobrar por cada vez que o bordão fosse usado comercialmente, ou até mesmo tentar impedir o uso em determinadas situações.

Diferenças de uso

O “Faz o L” tem significados diferentes para Leo Santana e Lula. Para o cantor, o bordão é parte de sua marca comercial, usado em músicas e eventos. Já para Lula, o gesto é uma forma de identificação política, usada desde a década de 1980 por seus apoiadores, e se tornou símbolo de sua campanha vitoriosa em 2022. Por essa diferença, especialistas acreditam que é improvável que o registro impeça o presidente de usar o gesto em eventos políticos, já que o uso político não se enquadra como marca registrada.

Assessoria esclarece que não há intenção de proibir

Apesar da possibilidade de controle comercial, a assessoria de Leo Santana afirmou que o objetivo do registro é apenas proteger os bordões e marcas do cantor, prática comum na carreira artística. Não haveria, segundo eles, a intenção de proibir Lula ou seus apoiadores de usarem o “Faz o L” em suas campanhas.

Além disso, o gesto já foi adotado por outros artistas, como o influencer Guxta e a Banda Lapada, que lançou a música “Faz o L” em 2009, antes de Leo Santana. Isso torna o cenário mais complicado, pois a frase já circulava em diferentes contextos antes de se popularizar com o cantor.