Por João Paulo Ferreira | 6 setembro, 2024 - 8:36
Na última quinta-feira (5), o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi acusado de assédio sexual por diversas mulheres, entre elas a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. As denúncias foram encaminhadas ao movimento Me Too Brasil, que ofereceu apoio psicológico e jurídico às vítimas. Os episódios descritos envolvem toques inapropriados, beijos inadequados e comentários de cunho sexual, ocorridos ao longo de 2023.
Anielle Franco, uma das principais figuras a ser mencionada nas denúncias, ainda não se manifestou publicamente. Segundo informações, ela aguarda uma conversa com o presidente Lula antes de emitir uma declaração oficial. Por outro lado, Silvio Almeida, em resposta às acusações, negou categoricamente todas as alegações, chamando-as de “mentiras” e afirmando que são uma tentativa de destruir sua reputação e carreira. Ele também anunciou que buscará responsabilização judicial dos denunciantes e solicitou investigações formais pela Controladoria-Geral da União (CGU) e Procuradoria-Geral da República (PGR).
O governo federal reconheceu a gravidade das denúncias e, segundo comunicado do Palácio do Planalto, já abriu uma investigação por meio da Comissão de Ética da Presidência. Almeida foi chamado para prestar esclarecimentos à Controladoria-Geral e à Advocacia-Geral da União. O governo garantiu que o caso será tratado com rigor e celeridade, dada a natureza das acusações de violência contra mulheres.
O movimento Me Too Brasil, responsável por acolher as denúncias, ressaltou a importância de quebrar o ciclo de impunidade em casos de assédio envolvendo figuras de poder. A organização destacou que, em situações como essa, as vítimas muitas vezes enfrentam dificuldades em obter apoio institucional, o que torna a denúncia pública fundamental para responsabilizar os agressores.
Em meio a essa polêmica, a primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, publicou uma foto em suas redes sociais abraçando e beijando Anielle Franco, demonstrando publicamente seu apoio à ministra. A imagem foi vista como um gesto de solidariedade em um momento delicado para o governo.
O caso também chamou atenção para a complexidade da situação política de Silvio Almeida dentro do governo, com aliados afirmando que o ministro é alvo de perseguição desde que assumiu a pasta, em janeiro de 2023. Almeida, que é uma das maiores referências em questões raciais no Brasil, já havia desabafado em eventos públicos sobre as pressões que enfrenta em seu cargo.
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