Presidente Lula quebra recorde com 12 países visitados em seis meses de mandato

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já deixou sua marca no terceiro mandato como chefe de Estado ao visitar 12 países nos primeiros seis meses de gestão. Em um ritmo frenético, o petista passou um total de 31 dias fora do Brasil, divididos em sete viagens distintas, incluindo destinos como Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Estados Unidos, China e Japão. E a tendência é que o número de viagens aumente ainda mais.

No próximo mês de julho, Lula tem uma agenda intensa pela frente, começando com uma viagem à Argentina, na segunda-feira, dia 3, para participar da 62ª Cúpula do Mercosul e Países Associados. Em seguida, o presidente seguirá para a Colômbia, onde participará de um fórum de debates científicos sobre a Amazônia. E ainda no mês de julho, o mandatário fará uma viagem à Bélgica, onde ocorrerá a cúpula conjunta em Bruxelas, com a presença da União Europeia e da Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe (Celac).

Antes mesmo de completar seis meses no cargo, o governo Lula 3 já estabeleceu um recorde de viagens entre os últimos mandatários, incluindo o próprio Lula, se comparado ao seu primeiro mandato em 2003. De acordo com um levantamento realizado pelo site da Jovem Pan, em apenas cinco meses, o presidente já havia dado quase duas voltas ao mundo. As viagens já representam um total de 20 dias fora do território brasileiro e mais de 80 mil quilômetros percorridos.

Comparando com os governos anteriores, durante os primeiros 180 dias de gestão, Jair Bolsonaro (PL) esteve em 7 países em seis meses, Michel Temer (MDB) também em 7 países, e Dilma Rousseff (PT) visitou 6 países nos primeiros 180 dias do primeiro mandato e 7 países no início do segundo mandato.

As constantes idas e vindas de Lula têm chamado a atenção de internautas e políticos. Enquanto alguns questionam os altos valores gastos, como os R$ 1,3 milhão destinados à viagem para a coroação do Rei Charles III, no Reino Unido, outros apontam para a falta de atenção à política interna e para o não cumprimento das promessas de campanha. Entre os seguidores do presidente, as viagens internacionais também geram questionamentos e cobranças. De forma irônica, um perfil perguntou: “Lula, quando você vai visitar o Brasil?”. É fato que as viagens de Luiz Inácio ao exterior não são apenas passeios. O fortalecimento das relações diplomáticas e a melhora da imagem do Brasil no exterior estão entre as prioridades do governo Lula 3. No entanto, mesmo entre os apoiadores, há quem acredite que o presidente deveria direcionar sua atenção para a política brasileira, especialmente após as derrotas sofridas pelo Planalto no Congresso Nacional, como a aprovação do Marco Temporal das Terras Indígenas e a pressão em relação à MP dos Ministérios, além da iminente votação da reforma tributária.

É inegável que as viagens de Lula ao exterior têm objetivos claros, como o fortalecimento das relações diplomáticas e a projeção de uma imagem positiva do Brasil no cenário global. No entanto, mesmo entre seus apoiadores, há aqueles que acreditam que o presidente deveria priorizar os assuntos internos, especialmente diante dos desafios enfrentados pelo governo no Congresso.

Apesar das críticas e questionamentos, é importante ressaltar que as viagens presidenciais desempenham um papel fundamental na política internacional do país. Elas permitem a abertura de novos mercados, a atração de investimentos estrangeiros e o fortalecimento de parcerias bilaterais. Além disso, são oportunidades para discutir questões relevantes e buscar soluções conjuntas para desafios globais, como as mudanças climáticas e o combate à desigualdade.

Nesse sentido, as viagens de Lula representam um esforço para posicionar o Brasil como um ator relevante no cenário internacional e reafirmar sua liderança regional. No entanto, é necessário encontrar um equilíbrio entre as demandas globais e os problemas internos do país.

À medida que o governo Lula 3 se aproxima do primeiro semestre de mandato, será fundamental acompanhar como essas viagens e a agenda internacional impactarão o desenvolvimento político e econômico interno. Resta aguardar os resultados dessas incursões pelo mundo e avaliar se elas trarão benefícios tangíveis para o Brasil e para os brasileiros.