Por Viviane Freitas | 4 janeiro, 2024 - 12:54
A cidade de Dourados em Mato Grosso do Sul, marcou um feito inédito ao se tornar a primeira cidade do mundo a iniciar a vacinação em massa contra a dengue nesta quarta-feira (03). Essa conquista foi possível graças à parceria estabelecida com a farmacêutica Takeda.
O Brasil incorporará a vacina ao calendário nacional no próximo mês. A previsão é de que aproximadamente 3,1 milhões de pessoas recebam a vacina no primeiro ano da campanha. A Takeda se comprometeu a entregar cerca de 6,2 milhões de doses em 2024, sendo 1,2 milhão por doação e 5 milhões por meio do contrato de compra. O esquema vacinal completo compreende duas doses.
A prefeitura local informou que a primeira dose foi administrada em Francisleine Costa, mãe do adolescente Julio Cesar da Costa, de 15 anos, que faleceu de dengue em 2023. A alta procura no primeiro dia de imunização foi destacada pela gestão municipal. Inicialmente, foram distribuídas 90 mil doses do imunizante Qdenga, mas a Takeda garantiu o fornecimento de 150 mil doses, suficientes para todos os habitantes de Dourados entre 4 e 59 anos.
Essa campanha de imunização faz parte de um projeto da farmacêutica em colaboração com o pesquisador Julio Croda, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), que busca avaliar a eficácia da vacina em uma população real.
“É um quantitativo de 300 mil doses disponíveis que vence em agosto deste ano e serão utilizadas para esse estudo, o primeiro do tipo para essa vacina a nível mundial,” afirmou Croda ao jornal O Globo. A Takeda ressaltou que a iniciativa teve início antes mesmo da compra de doses pelo governo federal.
Prevalência da Dengue no Brasil e Desafios Globais
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o Brasil como o país com a maior incidência de casos de dengue em 2023, registrando 2,9 milhões de casos até 11 de dezembro. Isso representa mais da metade dos 5 milhões de casos registrados globalmente. Esse cenário é considerado historicamente crítico pela OMS.
A disseminação da dengue para países historicamente não afetados, como França, Itália e Espanha, é atribuída à crise climática, que propicia a sobrevivência do mosquito transmissor Aedes aegypti em ambientes anteriormente inadequados. O El Niño atual intensifica os efeitos do aquecimento global e das mudanças climáticas, contribuindo para a proliferação do mosquito.
Além disso, a OMS destaca o número alarmante de casos graves de dengue, resultando em 5 mil mortes globalmente. No Brasil, 1.474 casos, correspondendo a 0,05% do total de registros, são da forma hemorrágica, que apresenta risco de morte.
23 novembro, 2024
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