Por João Paulo Ferreira | 17 maio, 2023 - 14:01
No último dia cinco de maio a Santa Casa de Campo Grande foi palco de transformação da vida de duas pessoas: Orestes Moreira dos Santos, de 72 anos, e Carla Patrícia Falcão, de 26. Sofrendo há anos com problemas renais, os dois tiveram a oportunidade de receber um novo rim por meio da doação efetivada na Santa Casa, pondo um fim às intermináveis sessões do Serviço de Hemodiálise.
Orestes do Santos, um dos transplantados, veio de Sorriso, no Mato Grosso, para seguir o sonho de receber o novo órgão. “Comecei minha hemodiálise lá em Sinop, só para ficar vivo, e quando me mudei para Mato Grosso do Sul fiz todos os exames e entrei para a fila de transplante”, conta Orestes. Conforme lembra o paciente, sua luta começou após o diagnóstico de câncer nos rins em 2019. Com o progresso da doença, os rins precisavam ser retirados enquanto a rotina de diálise três vezes por semana apenas começava. “Antes eu não podia sair, planejar uma viagem, sem precisar interromper tudo”, desabafa. “Agora, vou aproveitar muito mais a vida com esse tempo, e vou curtir a felicidade de ter dado tudo certo”, destaca Orestes, que comemora o sucesso de sua cirurgia e a de sua vizinha de quarto, Carla Patrícia Falcão.
O suplício de Carla começou em 2018, após passar mal em seu município natal, Bonito. “Fui vítima de um diagnóstico errado em minha cidade, e precisei ser transferida para a Santa Casa ao piorar”, conta a paciente que foi prontamente examinada na instituição, sendo diagnosticada com insuficiência renal. “Descobri que meus rins não se desenvolveram direito e, após passar pela gestação do meu filho, acabaram perdendo de vez o funcionamento”, relata. Assim como Orestes, Carla também precisou se adequar à rotina do Serviço de Hemodiálise três vezes por semana, com um agravante: por morar em Bonito, enfrentou quatro horas de estrada para chegar até a Santa Casa de Campo Grande.
“Praticamente dedicava minha vida à diálise, porque eram quatro horas para chegar aqui, quatro horas na máquina e quatro horas para voltar para casa, três vezes por semana”, desabafa. Depois da cirurgia, Carla comemorou o tempo livre que terá para passar com o filho, que hoje tem 7 anos. “Eu era muito nova quando comecei todo esse processo, então agora poderei finalmente me dedicar ao meu filho e aos estudos”, destacou. A respeito do acolhimento na instituição, Carla é enfática: “Sempre digo que a Santa Casa é mãe”, afirma. “Desde minha primeira internação fui muito bem acolhida por essa família, que me fez sentir confortável até o momento do transplante”, conclui.
Quem acompanhou o processo dos pacientes foi a coordenadora médica do Serviço de Transplante Renal da Santa Casa, Dra. Rafaella Campanholo. Por amparar diariamente pacientes na situação de Carla e Orestes, a médica conta que trabalha com uma equipe preparada para lidar com a situação. “Todo o time é treinado para dar a melhor orientação ao paciente, tanto antes quanto depois do transplante, cuidando para que eles estejam cientes tanto dos benefícios quanto dos riscos da cirurgia”, diz.
Além do treinamento, a Dra. Rafaella também fala sobre a importância de estabelecer um bom relacionamento com os pacientes. “Como é necessário o uso de medicações contínuas que possuem efeitos colaterais, é importante estabelecermos uma cumplicidade médico-paciente, criando um laço de confiança”, ressaltou. “Como somos um serviço de pequena escala, acredito que conseguimos constituir esses vínculos, e vejo isso como nosso diferencial”, conclui a médica.
23 novembro, 2024
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