Por Viviane Freitas | 19 junho, 2021 - 14:04
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), cerca de 20 milhões de brasileiros são asmáticos. A data tem como objetivo despertar na população a consciência sobre cuidados para controle da doença, que é a terceira ou quarta causa de hospitalizações no SUS, conforme grupos de idades, ocasionando uma média de 350 mil internações por ano.
A asma é uma doença pulmonar crônica que provoca a inflamação das vias aéreas, o que faz com que fiquem estreitas e inchadas, dificultando a passagem de ar. Gera ainda aumento da produção de muco agravando o problema. São sintomas comuns a falta de ar, com sensação de sufoco, aperto no peito, chiado e tosse.
“Apesar de ser uma doença incurável é passível de controle, pode haver períodos em que os sintomas desaparecem, mas o acompanhamento médico é altamente recomendado, mesmo quando as crises amenizam”, aconselha a médica pneumologista e professora do curso de Medicina da Uniderp, Ana Maria Campos Marques. A asma é causa de afastamentos nos trabalhos e escolas e quando não adequadamente controlada pode levar ao óbito.
No período da noite, madrugada e durante a realização de exercícios físicos é quando a doença mais se manifesta. Além disso, pode ser desencadeada ou agravada por vários fatores como alergias (poeira, ácaros, fungos, pelos de animais), variação climática com a exposição ao frio, agentes irritantes, tais como poluição, fumaça, cigarro e outros. Alterações na saúde emocional e medicamentos também podem piorar as crises.
Como a asma é uma doença que varia de pessoa para pessoa, cada paciente irá receber um tratamento individualizado. Algumas recomendações, no entanto, servem para todos os asmáticos. “Evitar os gatilhos que disparam as crises é indispensável. Poeira, fumaça de cigarro e mofo são alguns deles. Também o uso do medicamento deve ser contínuo, conforme a recomendação médica”, destaca a especialista. “Quem adota o tratamento adequadamente consegue controlar a doença e ter qualidade de vida”, prossegue.
Asma e Covid-19 – Apesar do que se acreditava no início da pandemia, a asma não é fator de risco para a Covid. “Os pacientes asmáticos não fazem parte do grupo de risco, já que ficou constatado que aqueles que mantêm a doença controlada não apresentam quadro clínico mais grave”, frisa Ana Maria. A especialista diz que, no entanto, os pacientes que não seguem tratamento medicamentoso por recomendação médica tendem a apresentar uma forma grave da asma quando em quadro infeccioso respiratório quer seja por vírus ou bactérias. “Por esse motivo, é muito importante continuar com a medicação e não suspender nenhum remédio sem consultar o médico”, orienta.
“No momento atual, em que a pandemia segue em total descontrole, temos que considerar que morar no Brasil, por si só, é um fator de risco, então, uma comorbidade respiratória aumenta a chance de gravidade da Covid-19. Com mais de 490 mil mortes no país, o Sars-CoV-2 já atinge hoje pessoas saudáveis, jovens e sem quaisquer comorbidades. A asma é uma doença crônica que hoje conta com os mais diversos recursos terapêuticos, para todos os quadros clínicos, dos mais leves aos mais graves e de difícil controle. Siga as recomendações do seu médico”, conclui a médica.
23 novembro, 2024
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