Cidade mais quente de MS tem aumento de 160% nos atendimentos de emergência relacionados ao calor

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O intenso calor está provocando um aumento significativo nos atendimentos médicos nas unidades de saúde de Porto Murtinho, considerada a cidade mais quente de Mato Grosso do Sul. Ontem, a cidade registrou um recorde de temperatura no estado, com impressionantes 42,9°C, conforme informações do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS). O hospital municipal da cidade relatou um aumento de mais de 160% nas visitas de emergência relacionadas ao calor.

Porto Murtinho tem enfrentado temperaturas máximas acima de 40°C por pelo menos quatro dias consecutivos, consolidando-se como uma das cidades mais quentes do Brasil. O maior aumento nas demandas de saúde ocorreu entre sexta-feira e domingo, com destaque para pacientes hipertensos que experimentaram desconforto ou mal-estar.

Segundo dados da unidade de saúde, que opera 24 horas por dia, a média de atendimento a pacientes hipertensos é de cerca de 15 pessoas, em sua maioria idosos. Durante o fim de semana, 40 pacientes precisaram receber soro ou ter sua pressão arterial monitorada, necessitando de acompanhamento por algumas horas.

O diretor-geral do hospital municipal, que também atua como coordenador da Defesa Civil, Vilson Rolon de Campos, reconheceu que as altas temperaturas estão gerando preocupações. Ele observou que as pessoas hipertensas estão sendo mais afetadas, com um aumento notável nas visitas ao hospital durante os dias de temperaturas extremamente altas. Embora não tenham ocorrido casos graves, alguns pacientes precisaram de atenção médica e medicação.

As temperaturas em Porto Murtinho atingiram 42°C no sábado, 42,1°C no domingo e um novo recorde de 42,9°C ontem. A prefeitura da cidade, que mantém Porto Murtinho entre as seis cidades mais quentes do Brasil desde 21 de setembro, planeja realizar uma campanha preventiva. As informações sobre os perigos do calor e a exposição em horários críticos serão divulgadas no rádio e nas redes sociais.

Porto Murtinho, com uma população de pouco mais de 12,8 mil habitantes, abriga 1.205 pessoas idosas, um grupo de alto risco que busca atendimento após o fim de semana. As unidades de saúde da cidade monitoram pacientes hipertensos e realizarão um acompanhamento adicional por meio do programa Saúde da Família.

Além de Porto Murtinho, outras cidades também estão preocupadas com a onda de calor, que elevou a temperatura acima de 40°C em 13 municípios no dia anterior. Em Água Clara, a prefeitura está em alerta e monitorando escolas e famílias da atenção primária, embora ainda não tenha havido um aumento significativo nas demandas de saúde.

Em Campo Grande, embora não tenha havido um aumento perceptível nas solicitações de atendimento, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) permanece vigilante. No entanto, a cidade registrou um afogamento no fim de semana, enfatizando a importância de precauções de segurança durante os períodos quentes.

O médico pneumologista Ronaldo Perches Queiroz alertou sobre os perigos do calor excessivo, que podem resultar em problemas de saúde, como irritações nas vias aéreas, infecções respiratórias, insolação com complicações cardíacas, queda de pressão e arritmias cardíacas. Ele recomendou beber bastante líquido, evitar a exposição direta ao sol, usar chapéus ou bonés, usar umidificadores em casa e tomar banhos com água fria, especialmente em casos de aglomerações.

As crianças e os idosos são os mais vulneráveis a esses problemas de saúde, juntamente com pessoas que já têm condições médicas subjacentes, como diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, asma, insuficiência cardíaca e hipertensão arterial.

De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as temperaturas devem atingir 38°C hoje em Campo Grande, após um pico de 36,7°C no dia anterior. Uma frente fria proporcionará um alívio temporário do calor amanhã e quinta-feira, mas as temperaturas elevadas devem retornar no fim de semana.