Por Viviane Freitas | 16 março, 2022 - 9:58
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, confirmou o registro de dois casos de pessoas infectadas pela nova variante do coronavírus, a Deltacron, nesta terça-feira (15). Os casos foram registrados no Amapá e no Pará.
A Deltacron é uma nova variante do Coronavírus que combina as cepas delta e Õmicron. A cepa foi identificada por pesquisadores franceses e confirmada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na semana passada. Mesmo com a combinação das variantes, uma mais grave e a outra mais infecciosa, os cientistas entendem que não há razão, no momento, para temor, já que os índices de imunização da população estão altos.
Além disso, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) informou o Estado que não registrou casos de Deltacron e que segue realizando o monitoramento da doença.
Conforme a Agência Brasil, a nova cepa combina características genéticas da Ômicron e da Delta e vem sendo monitorada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) desde o início do mês, quando os primeiros casos foram identificados na França. Trata-se de uma recombinante.
A nova variante foi sequenciada geneticamente pelo Instituto Pasteur, da França. O sequenciamento foi enviado para um banco de dados internacional que centraliza as sequências genéticas de todas as variantes do coronavírus, o GISAID.
Apesar da descoberta, por enquanto a Deltacron não preocupa a comunidade científica, segundo o infectologista Marcelo Daher. O especialista disse que novas variantes do coronavírus devem surgir futuramente. Apesar disso, de acordo com ele, a covid-19 tende a se manifestar de forma cada vez mais leve na população.
A variante surge em um momento em que grande parte dos estados brasileiros discute e começa a flexibilizar o uso de máscaras — medida adotada desde o início da pandemia.
Embora o termo ‘deltacron’ tenha se difundido rapidamente, o nome não é adotado oficialmente pelos cientistas. A nomenclatura utilizada em estudos e publicações especializadas da nova linhagem é AY.4/BA.1.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, um recombinante, como é o caso da Deltacron, surge quando uma pessoa é infectada com duas versões do coronavírus ao mesmo tempo.
Apesar de raro, é possível que dois vírus invadam a mesma célula ao mesmo tempo. Assim, quando a célula passar a replicar o vírus, o material genético pode ser misturado, criando uma espécie de vírus híbrido, neste caso Delta + Ômicron.
Segundo a reportagem, apesar do nome assustador, não há motivo para pânico. De acordo com o virologista Simon-Loriere, do Instituto Pasteur em Paris, a recombinante ainda não demonstrou capacidade de crescer exponencialmente e é extremamente rara.
Isto porque, conforme o virologista, o gene que codifica a proteína de superfície do vírus — conhecido como spike — tem muito da Ômicron e uma parcela da Delta. Esta proteína é o principal alvo dos anticorpos produzidos por meio de infecções e vacinas.
Ou seja, os especialistas acreditam que as defesas que a população já adquiriu contra a Ômicron devem funcionar contra a Deltacron. “A superfície dos vírus é supersemelhante a Ômicron, então o corpo o reconhecerá tão bem quanto a Ômicron”, disse Simon-Loriere, em entrevista.
Reportagem de O Globo também traz que os cientistas têm a suspeita que essa proteína spike seja parcialmente responsável pela chances menores de desenvolver doenças graves. Essa variante usa o ‘espigão’ para invadir as células do nariz e vias aéreas superiores, mas tem dificuldade nas dos pulmões. Como a Deltacron também tem grande parte da proteína, ela pode ter dificuldade também.
24 novembro, 2024
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