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Doação de órgãos: uma conversa pode salvar muitas vidas

Falar abertamente com familiares sobre o desejo de ser um doador é essencial para que sua vontade seja respeitada e ajude a salvar muitas vidas

Por Redação | 25 setembro, 2022 - 15:51

Ser doador de órgãos e tecidos é considerada uma atitude nobre e de amor ao próximo, e para fazer isso, não basta declarar-se doador ou imprimir esse desejo em um documento pessoal, é preciso conversar e “convencer” os familiares sobre essa vontade. A pauta ganha ainda mais notoriedade no próximo dia 27, quando se celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos.

“A doação de órgãos no Brasil é consentida, ou seja, é preciso o consentimento da família para ser um doador. Por isso é essencial conversar abertamente com seus familiares sobre esse desejo, para que eles entendam a importância que esse gesto nobre, altruísta e de amor tem para você e para que sua vontade seja respeitada em caso de falecimento”, explica Dra. Rafaella Campanholo Grandinete, médica nefrologista.

De acordo com a médica, o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial em relação a transplantes renais, o 3º em transplante de fígado, e é o 2º país no mundo em número de transplantes em geral. “Ainda assim, existem muitas pessoas na fila de transplantes, sendo que muitas delas dependem da doação de algum tipo de órgão para continuar vivendo”, pontua.

Matheus Henrique de Freitas Soares, 16 anos, é uma prova de que a doação de órgãos pode salvar vidas. Após quatro meses de espera na fila de transplante, em dezembro de 2021, passou por um transplante renal no Hospital Unimed Campo Grande. “Nesse período deixei de fazer muitas coisas que eu gostava, mas depois do transplante minha vida mudou. Sou muito grato à família do meu doador, pois graças ao novo rim que recebi eu posso fazer tudo que os garotos da minha idade fazem, como jogar bola, ir à escola, andar de bicicleta e passear”, comenta.

Assim como Matheus, Lorena Teixeira Webster, 33 anos, também precisou de uma doação de rim para continuar vivendo com mais qualidade, após ser diagnosticada com lúpus e, como consequência, desenvolver doença renal crônica, em 2013.  “Em 2019 meus rins já não aguentavam mais e eu precisa de um novo rim e para minha alegria, durante as baterias de exames, apareceram dois doares compatíveis, meu esposo e uma pessoa da família, mas os médicos optaram pelo Washington”, relembra.

No caso de Lorena, o transplante foi o chamado intervivos, ou seja, quando o doador é uma pessoa viva. Para estes casos existem alguns critérios a serem seguidos. Além disso, o parentesco entre doador e paciente deve ser de até 4º grau, e existe ainda casos de doador não aparentado, que é o caso do cônjuge legalmente comprovado.

“Importante saber que para casos de doadores vivos, uma bateria de exames é realizada antes do transplante e, somente após a confirmação de que a doação não acarretará em nenhum problema para a saúde do doador é que o procedimento é realizado”, ressalta Dra. Rafaella.

A médica reforça que podem ser doados coração, pulmões, fígado, pâncreas, intestino, rins, córnea, vasos, pele, ossos e válvulas cardíacas e que um único doador pode salvar até 13 pacientes.

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