Por João Paulo Ferreira | 26 junho, 2023 - 13:40
Os casos confirmados de Febre Maculosa neste ano têm chamado a atenção das autoridades de saúde em todo o Brasil, principalmente no interior de São Paulo, onde oito mortes já foram registradas. Enquanto isso, no Mato Grosso do Sul, o último caso confirmado foi em 2018, no mesmo ano em que dois casos foram notificados em Dourados, porém sem confirmação. Atualmente, o município investiga dois novos casos, que estão sendo monitorados pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-Dourados).
De acordo com a Vigilância Epidemiológica, um dos casos em investigação é de uma mulher de 23 anos, e o outro é de um garoto com quase três anos de idade. Ambos são moradores da área urbana, não têm relação familiar e estão em tratamento domiciliar, sob monitoramento das equipes de atenção primária. “Foram seguidos todos os protocolos iniciais de atendimento recomendados pelo Ministério da Saúde, incluindo notificação, coleta de sangue e prescrição de medicamentos. Apenas a criança ficou internada por dois dias na UPA para receber tratamento intravenoso e já está se recuperando bem”, explicou Emerson Eduardo Correa, gerente da Vigilância Epidemiológica.
A Febre Maculosa é uma doença infecciosa causada pela bactéria Rickettsia, transmitida principalmente pela picada do carrapato-estrela, que está infectado. Vale ressaltar que a doença não é transmitida de pessoa para pessoa, mas sim pela picada do carrapato. Portanto, para prevenir a infecção, é recomendado evitar locais onde esses parasitas estejam presentes, além de adotar medidas de precaução ao visitar regiões silvestres, matas, fazendas, trilhas e áreas com vegetação densa.
O Ministério da Saúde orienta que, ao visitar essas áreas de maior risco, as pessoas usem roupas claras, que facilitam a identificação dos carrapatos, que possuem coloração escura. Também é importante utilizar calças e blusas de mangas compridas, além de botas. Se possível, a barra das calças deve ser presa às meias com fita adesiva. Outra medida relevante é evitar a presença de carrapatos em animais de estimação.
Caso seja encontrado um carrapato no corpo, é crucial removê-lo com uma pinça, e não com as mãos. Além disso, objetos aquecidos ou agulhas não devem ser utilizados para extrair o carrapato. “Não aperte nem esmague o carrapato, mas puxe-o cuidadosa e firmemente. Após remover o carrapato por completo, lave a área da picada com álcool, sabão e água. Quanto mais rápido os carrapatos forem removidos, menor será o risco de contrair a doença”, informou o ministério.
Após o uso, todas as peças de roupa devem ser mergulhadas em água fervente para eliminar os carrapatos.
Os sintomas da Febre Maculosa geralmente estão associados a febre, dores pelo corpo, dor de cabeça e o surgimento de manchas avermelhadas na pele, um quadro clínico muito semelhante aos sintomas da dengue e da leptospirose. Por isso, é fundamental que, ao buscar atendimento médico, a pessoa informe ao profissional de saúde sobre sua visita a uma região de risco para a doença ou com presença de carrapatos.
É importante procurar o serviço médico rapidamente assim que os primeiros sintomas da doença surgirem, que costumam aparecer entre 2 e 14 dias após a picada do carrapato infectado.
As autoridades de saúde reforçam a importância da prevenção e conscientização sobre a Febre Maculosa. Além das medidas individuais, como uso de roupas adequadas e remoção correta dos carrapatos, é fundamental que haja um trabalho contínuo de vigilância epidemiológica para identificar possíveis casos da doença, realizar o diagnóstico precoce e fornecer o tratamento adequado.
Diante do surto de casos no interior de São Paulo e da suspeita de novos casos em Dourados, no Mato Grosso do Sul, é necessário que as autoridades de saúde intensifiquem as ações de vigilância, promovam campanhas educativas e estejam preparadas para o enfrentamento dessa doença infecciosa.
A população também desempenha um papel fundamental no controle da Febre Maculosa, adotando as medidas de prevenção recomendadas e informando às autoridades de saúde sobre qualquer sintoma suspeito ou possível exposição a carrapatos infectados.
A colaboração entre a comunidade, profissionais de saúde e órgãos governamentais é essencial para enfrentar o surto da Febre Maculosa, garantindo a saúde e bem-estar da população.
Veja no link abaixo Nota Informativa sobre a doença produzida pela Vigilância Epidemiológica de Dourados:
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