Por Viviane Freitas | 29 julho, 2022 - 11:36
Com o aumento exponencial de casos da varíola de macaco no Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS), emitiu um alerta sobre os riscos de transmissão da doença nesta terça-feira (27). Mato Grosso do Sul contabiliza 11 casos suspeitos notificados, sendo sete em investigação, três descartados e um confirmado. Segundo Julio Croda, médico infectologista e pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz em Mato Grosso do Sul (Fiocruz-MS), usar o nome “varíola dos macacos” não é correto.
“Em 1958 o vírus foi isolado em um primata que foi transportado para a Europa, com o objetivo de realizar pesquisas. Mas ao longo dos anos, o animal foi associado à doença de forma equivocada. O macaco transmite a doença e sofre com os sintomas da mesma forma que os seres humanos, mas dizer que ele é um hospedeiro do vírus é errado. Os vetores são roedores silvestres, encontrados em regiões da África”, destaca.
Conforme o Ministério da Saúde, mais de 810 casos já foram confirmados no país. Croda ressalta que o imunizante contra a doença foi desenvolvido por um laboratório dinamarquês, com capacidade de produzir 30 milhões de vacinas e que devem ser ministradas em duas doses.
“A gente não tem uma vacina, por enquanto existe uma produção muito pouca, apenas uma empresa dinamarquesa está comercializando e os estoques já foram adquiridos. A vacina não seria para o público em geral, apenas para pessoas do grupo de risco, contactantes ou que se expuseram à doença nos últimos cinco dias. O Brasil já solicitou o imunizante ao país e as doses também devem ser aplicadas nos profissionais da saúde”, afirma.
O médico destaca que no Brasil ainda não há um centro de operação de combate à doença, no qual a transmissão ocorre pelo contato, via sexual, mas também por beijos e abraços com pessoas infectadas.
“Não é uma doença exclusivamente de transmissão sexual, já se provou o contato entre crianças e em alguns adultos. O que sustenta a propagação, é a transmissão de homens que fazem sexo com outros homens, principalmente aqueles que tem múltiplos parceiros. A prevenção se dá através de evitar o contato com pessoas que tenham o diagnóstico”, pontua.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que mantém comunicação diária com os 79 municípios e o Ministério da Saúde a fim de monitorar os casos existentes no Estado. De acordo com o órgão, um plano de contingência da Monkeypox está em fase de elaboração. A Sala de Situação do Ministério da Saúde emitiu orientações técnicas para nortear a criação.
23 novembro, 2024
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