Por Redação | 18 junho, 2022 - 8:27
Doomscrolling. Já ouviu falar desse nome diferente? Mesmo que você não conheça esse termo, possivelmente, já passou por esta situação, pois está presente em nossa vida.
Rolar o feed do celular sem parar em busca de notícias pode parecer inofensivo, mas já há quem se preocupe com esse vício, capaz de afetar a saúde mental e interferir tanto na produtividade do trabalho, quanto na vida pessoal. Estar atento aos fatos e consumir informações confiáveis é fundamental, porém é necessário ter controle.
Confira tudo sobre essa tendência com a psicóloga Talwany Nobre e o jornalista Willian Franco.
O que é?
Talwany Nobre – Psicóloga
É um termo que diz respeito ao ato de ficar procurando notícias negativas. Por exemplo, alguém começa a ler notícias novas sobre a Covid-19, ou até mesmo a guerra na Ucrânia, e dali já quer saber mais sobre assuntos relacionados com isso, e vai se tornando um fluxo de negatividade, não para.
Ansiedade
Talwany Nobre – Psicóloga
Com a pandemia essa prática aumentou muito e, consequentemente o nível de ansiedade e depressão também. Percebi isso no consultório. Vivíamos nossas vidas normalmente, quando, de repente, o vírus chegou e ficamos sem saber o que poderia acontecer no futuro. Tudo parecia que poderia piorar e, dentro disto, acabamos criando um filtro negativo, vendo só questões a respeito deste assunto.
Por que buscamos a informação ruim?
Talwany Nobre – Psicóloga
É natural isto ocorrer com o ser humano, pois geralmente ocorre quando estamos em uma situação de risco, então queremos compreender o que está acontecendo, como foi nas situações da pandemia e da guerra. Esta busca por informações ainda ocorre na intenção de nos protegermos, mas no lugar disto acontece a autossabotagem.
Importante frisar que há exceções, tem pessoas que não querem saber de absolutamente nada, já outras precisam se informar de tudo.
O que mais impacta?
Willian Franco – Jornalista
Escutei uma frase de um neurocientista que me fez refletir, ele disse que nos impactamos mais com notícias que não são tão legais, muitas vezes negativas, do que aquilo que é positivo.
Eu mesmo, que sou jornalista, repórter de rua, me vi ansioso e sofri muito na pandemia. Precisei trabalhar com notícias que não eram agradáveis e minha ansiedade subiu em um grau que chegou a transbordar o copo, trazendo sensações, inclusive físicas, como arritmia, calafrios e, claro, o medo. O impacto foi grande.
Fake News
Talwany Nobre – Psicóloga
Com a ansiedade acabamos não conferindo se a notícia é verídica, se é uma Fake News, pois chega a um ponto que não há cognição. E é necessário atenção neste ponto.
Recado
Talwany Nobre – Psicóloga
Buscar ter sempre uma vida equilibrada é essencial. Não olhar o celular ao acordar e antes de dormir é importantíssimo neste processo, além de ter um tempo para si, exercitar o autocuidado. O silêncio, se ouvir por dentro, também é necessário. Por fim, tenha uma vida saudável.
Willian Franco – Jornalista
Existem opções, a informação é algo primordial, mas se a notícia está muito pesada naquele dia, troque de canal, faça outra coisa. Precisamos consumir a notícia, mas não é obrigatório ouvir o que não queremos.
23 novembro, 2024
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