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Pfizer diz que pílula anticovid reduz em 89% risco de internação

Dados finais de pacientes de alto risco confirmam análise preliminar sobre o paxlovid e foram compartilhados com agência dos EUA. Estudo ainda não foi revisado por pares

Por Viviane Freitas | 15 dezembro, 2021 - 13:24

A farmacêutica americana Pfizer anunciou nesta terça-feira (14) os dados finais de um estudo do paxlovid, seu antiviral experimental contra a covid-19. Os testes indicaram que o medicamento reduziu em 89% o risco de hospitalização ou morte entre os pacientes de alto risco tratados dentro de três dias desde o início dos sintomas em comparação com o placebo em pessoas não hospitalizadas. No caso dos pacientes tratados dentro de cinco dias desde o início dos sintomas, a taxa ficou em 88%.

Os dados confirmam resultados anteriores preliminares divulgados pela farmacêutica e foram compartilhados com a FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos) dos Estados Unidos, como parte de uma submissão contínua para a autorização de uso emergencial no país. As informações ainda não foram publicadas em revista ou revisadas por pares.

Anúncios como esse podem ter impacto relevante no curso da pandemia, mas há possíveis entraves. O primeiro antiviral aprovado para pacientes com covid-19 por algumas agências regulatórias, inclusive a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), foi o remdesivir. Estudos não apontaram que ele reduz a mortalidade pela doença, mas pode encurtar o tempo de internação. O tratamento, porém, custa cerca de R$ 17 mil. Outras apostas da ciência são anticorpos monoclonais, também caros, e o comprimido molnupiravir, anunciado em outubro pela empresa Merck, que reduz em 50% o risco de internação e morte por covid-19, segundo estudo com 775 voluntários.

Após o anúncio da Pfizer, o CEO da farmacêutica, Albert Bourla, afirmou nesta terça-feira (14) que o tratamento não deve ser visto como um substituto ou uma alternativa para que as pessoas não se vacinem contra a covid-19. “Temo que algumas pessoas pensem assim. É um grande erro. As vacinas são necessárias. A vacina é a principal fronteira que você deve usar para deter a doença”, afirmou à CNN.

O anúncio ocorre no contexto de circulação da ômicron, nova variante do coronavírus. Ainda há poucas informações sobre a cepa, que foi identificada pela primeira vez na África do Sul, em 24 de novembro. A OMS (Organização Mundial da Saúde) classifica a variante como preocupante, por ser potencialmente mais transmissível e pela possibilidade de ela resistir à imunidade conferida pelas vacinas — hipótese ainda investigada pela ciência.

Segundo o comunicado da Pfizer, o paxlovid deve manter “atividade antiviral robusta” contra as variantes de preocupação atuais. Nesta terça-feira (14), a OMS afirmou que a ômicron tem transmissibilidade “sem precedentes”. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da agência, afirmou que doses de reforço das vacinas podem ajudar a conter a pandemia no novo cenário. É preciso, porém, que sua distribuição seja justa, segundo ele.

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