Por João Paulo Ferreira | 28 maio, 2023 - 17:47
Silenciosa, em muitos casos não dói, não coça, não arde e não incomoda, pode levar à cegueira e com possibilidade de ser irreversível, mas tem prevenção. O glaucoma é, em sua forma mais comum, uma doença imperceptível no início, em muitos casos não provoca sintomas nos pacientes, que vão perdendo a visão aos poucos e o portador só percebe alguma coisa errada nos estágios avançados, quando pouco ou nada mais pode ser feito para salvar a visão.
Por ser uma das principais doenças oculares em todo o mundo, é preciso que a população entenda a necessidade de estar bem informada e de manter um cronograma de consultas regulares com um oftalmologista.
O que é o glaucoma?
O glaucoma é uma doença crônica que atinge o nervo óptico, estrutura responsável por conectar o que o olho enxerga com o cérebro para formar a visão. A pressão intraocular suficientemente elevada machuca o nervo óptico progressivamente e, infelizmente, não é possível recuperar as partes do nervo que foram lesadas. Assim, o glaucoma não tratado corretamente pode levar a perda da visão permanente.
Quais os fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma?
Um dos principais fatores de risco associado ao desenvolvimento do glaucoma é o histórico da doença na família, mas, além dele, outros fatores são: etnia africana (para glaucoma de ângulo aberto) ou asiática (glaucoma de ângulo fechado), idade acima de 40 anos e presença de miopia em graus altos. É muito importante que toda pessoa que faz parte do grupo de risco realize o acompanhamento médico oftalmológico.
Quais os tipos de glaucoma?
Glaucoma primário de ângulo aberto
Mais comum dos glaucomas. Um problema no sistema de drenagem interno do olho, que faz com que a pressão intraocular fique suficientemente alta, com a consequente lesão do nervo óptico. Evolui, geralmente, de maneira lenta e progressiva, e os pacientes normalmente não percebem nada de errado com a visão.
Glaucoma de ângulo fechado
O segundo tipo mais comum, no qual a obstrução pode ocorrer de maneira rápida e extensa, resultando em um aumento súbito da pressão intraocular, dor forte, enjoo e visão turva. Esta situação mais grave é chamada de glaucoma agudo, mas felizmente representa uma pequena parte dos casos de glaucoma de ângulo fechado. A maioria evolui de maneira mais lenta e sem sintomas.
Glaucoma secundário
Quando o glaucoma ocorre por algum outro fator que leva ao aumento da pressão intraocular, como trauma, uso de medicação a base de corticoide, tumores, inflamações, hipertensão arterial e diabetes.
Glaucoma congênito
Este tipo afeta bebês e crianças pequenas e é resultado de um erro na formação do sistema de drenagem do olho, causando o aumento da pressão intraocular logo ao nascimento ou nos primeiros meses de vida. Os sinais de alerta são um olho grande e sem brilho, lacrimejamento, grande sensibilidade à luz, que faz com que a criança fique com as pálpebras bem fechadas em ambientes muito iluminados.
A importância do diagnóstico precoce
Quanto antes diagnosticar o glaucoma, menores as chances de problemas na visão. O tratamento, geralmente, é mais simples e o controle do glaucoma mais fácil nas fases iniciais.
Como a doença evolui de forma assintomática, as visitas regulares ao oftalmologista, único profissional que pode diagnosticar o glaucoma com segurança, são fundamentais, especialmente para pessoas que fazem parte do grupo de risco.
Oftalmologista da Unimed Campo Grande, Dr. Luiz Fernando Taranta Martin reforça que a boa notícia é que existem casos reversíveis do glaucoma. “Em algumas situações é possível reverter o aumento da pressão ocular com tratamento cirúrgico em até 100% da tendência de aumento, no entanto, a perda visual que o glaucoma já havia gerado não é reversível. O que é possível fazer é melhorar um pouco essa perda, mas grande parte dela fica como uma sequela”, explica o médico.
Alerta!
Colírios com corticoide
“Fala-se muito do antibiótico, que é preciso ter a receita dupla e necessidade de passar por um médico, mas os colírios com corticoide são extremamente nocivos, porque geram catarata e o aumento da pressão ocular. Inúmeros pacientes perderam a vista ou enxergam muito pouco por conta da automedicação com corticoide, que é algo que não precisa de receita. O uso deste medicamento deve sempre ter indicação médica e o acompanhamento de um profissional” acrescenta especialista.
Recomendação do médico
“O oftalmologista é um médico que precisa ser procurado e a recomendação é procura-lo mesmo sem um sintoma, para ter um acompanhamento anual. E isso desde muito cedo, enquanto criança”, diz Dr. Taranta.
24 novembro, 2024
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