Por João Paulo Ferreira | 29 novembro, 2024 - 15:57
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul promoveu, nos dias 25 e 26 deste mês, o I Workshop Estadual sobre Comércio Ilícito de Produtos Fumígenos e seus Malefícios à Saúde. O evento, realizado por meio da Superintendência de Vigilância em Saúde, reuniu profissionais de diversas áreas para abordar os riscos associados aos cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes e pods, e discutir estratégias de combate ao comércio ilegal desses produtos.
O encontro contou com a participação de especialistas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Instituto Nacional do Câncer (INCA), que trouxeram dados alarmantes e análises sobre o impacto do tabagismo e dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) na saúde pública.
Vera Lucia Borges, analista de Prevenção do Câncer do INCA, destacou a importância da iniciativa. “Este workshop é uma iniciativa essencial para fortalecer a atuação dos profissionais da saúde no combate ao comércio ilícito de produtos fumígenos, que tem crescido de forma alarmante e representa um sério risco à saúde pública. É urgente a promoção de políticas públicas eficazes para a conscientização dos malefícios destas substâncias entre a população, especialmente os jovens, que são os mais afetados pelo apelo dos cigarros eletrônicos”, afirmou.
Dados do INCA mostram que o Brasil deve registrar, entre 2023 e 2025, cerca de 704 mil novos casos de câncer por ano, muitos relacionados ao consumo de tabaco. Entre os principais tipos estão cânceres de cavidade oral (15.100 casos), esôfago (10.950), bexiga (11.370) e laringe (7.790).
Conforme dados apresentados pela Anvisa, Mato Grosso do Sul ocupa a segunda posição no ranking nacional de uso de cigarros eletrônicos, com 4% da população utilizando esses dispositivos, atrás apenas do Paraná (4,5%). Entre jovens de 18 a 24 anos, o índice é ainda mais preocupante, chegando a 14,9%.
Matheus Pirolo, gerente de Apoio ao Sistema Estadual de Vigilância Sanitária da SES, alertou sobre os riscos. “A fumaça branca expelida pelo cigarro eletrônico não é vapor d’água, mas um aerossol composto por partículas ultrafinas, metais pesados e substâncias tóxicas provenientes do aquecimento do líquido sintético contido no interior do cigarro eletrônico. Os malefícios à saúde incluem doenças pulmonares, cardiovasculares e até cânceres, afetando tanto os usuários quanto os fumantes passivos”, explicou.
A comercialização de cigarros eletrônicos é proibida pela Resolução n.º 855/2024 da Anvisa, e o uso desses produtos é vetado em ambientes escolares e locais de uso coletivo fechado pela legislação estadual e federal. A penalidade para quem for flagrado vendendo cigarros eletrônicos pode chegar a R$ 30 mil, além da apreensão dos produtos e possíveis sanções criminais.
Denúncias de comercialização podem ser feitas pelos telefones 136 ou 151.
O workshop também serviu como espaço de troca de experiências e articulação de ações de prevenção e vigilância sanitária. “É fundamental que os profissionais estejam preparados para enfrentar os desafios impostos pelo comércio ilícito e proteger a saúde da população”, concluiu Pirolo.
4 dezembro, 2024
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