Por João Paulo Ferreira | 8 setembro, 2024 - 12:13
A Mobilização Nacional de Identificação e Busca de Pessoas Desaparecidas, realizada entre 26 e 30 de agosto de 2024, trouxe resultados importantes em Mato Grosso do Sul. A ação, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Polícia Civil e a Polícia Científica do estado, coletou material genético de familiares de 37 desaparecidos.
A campanha foi oficialmente lançada no dia 27 de agosto na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Campo Grande. O objetivo central foi reforçar os Bancos Estadual e Nacional de Perfis Genéticos, contribuindo para a identificação de desaparecidos em todo o país.
A diretora do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), Josemirtes Prado, e o delegado Carlos Delano, titular da DHPP, destacaram a importância dessa coleta de DNA para o sucesso da mobilização. “A mobilização e as próximas etapas servem como alerta para aqueles que têm um familiar desaparecido. Procurem as autoridades e uma das unidades da Polícia Científica, pois a coleta de material genético é um serviço contínuo”, ressaltou Josemirtes.
Durante a campanha em Mato Grosso do Sul, foram coletadas amostras de DNA de familiares em 37 casos de desaparecimento, somando 49 coletas no estado. Campo Grande registrou o maior número, com 16 familiares participando, seguido por Dourados e Costa Rica. As amostras foram enviadas para análise e integrarão a Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos (RIBPG), que permite o cruzamento de dados com outras amostras em todo o país.
Esse confronto de informações é uma ferramenta essencial para localizar desaparecidos, inclusive em casos de longa data, como o de Edmilson de Lisboa Duarte, desaparecido há dois anos. Seu irmão, Nildo Duarte, foi um dos primeiros a doar material genético, mantendo a esperança de encontrar o familiar.
A campanha seguirá em novas fases. A segunda etapa se concentrará na coleta de impressões digitais e material genético de pessoas vivas sem identificação. A terceira fase, chamada de análise do backlog, fará a verificação de impressões digitais de corpos não identificados armazenados em bancos de dados estaduais e federais. Desde 2014, mais de 220 mil perfis genéticos foram registrados no banco nacional.
Mato Grosso do Sul registrou 1.468 desaparecimentos em 2023, e, até agosto de 2024, já são 803 casos, a maioria envolvendo homens. Esses números refletem o desafio contínuo das autoridades para identificar desaparecidos, muitos dos quais reaparecem por conta própria. A campanha foca, no entanto, nos casos não resolvidos, contando com 15 pontos de coleta de material genético no estado.
Esta ação é um passo importante na busca por respostas para famílias que aguardam notícias de seus entes queridos.
21 novembro, 2024
Feito com amor ♥ no glorioso Estado de Mato Grosso do Sul - Design por Argo Soluções