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Empresa de Campo Grande revoluciona impressão 3D com tecnologia sustentável e econômica

Jovem empreendedor cria startup que transforma resíduos em recursos valiosos para a indústria de impressão 3D

Por João Paulo Ferreira | 3 agosto, 2023 - 13:41

Em uma busca incessante por soluções inovadoras e sustentáveis, o jovem pesquisador Caio Sottovia Gomide, de apenas 20 anos, está conquistando destaque com sua startup Recicle 3D, que promete revolucionar o mundo das impressoras 3D. O objetivo? Criar uma impressora 3D mais econômica e ambientalmente consciente, capaz de reutilizar materiais que seriam descartados, como plásticos e até tampinhas de refrigerante.

Graduando em Engenharia Mecânica pelo renomado Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), Caio Sottovia Gomide tem se dedicado nos últimos dois anos a desenvolver uma extrusora compatível com impressoras FDM comerciais. A inovação está em sua capacidade de utilizar não apenas os tradicionais filamentos poliméricos, que podem ser caros, mas também pellets poliméricos e outros materiais recicláveis. Esta nova tecnologia permitirá aos usuários reciclarem impressões malsucedidas, reduzindo o desperdício e os custos.

O projeto ganhou um impulso significativo quando a Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) selecionou o projeto intitulado “Impressão 3D reciclável – Ressignificando o lixo” para receber um financiamento de R$ 86 mil do Programa Centelha II. Este programa, uma parceria entre a Fundect e a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), uma empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, não apenas fornece recursos financeiros, mas também oferece capacitações e suporte para impulsionar empreendimentos inovadores.

A principal inovação de Caio é a adaptação da tecnologia Fused Deposition Modeling (FDM) através de sua extrusora universal. Enquanto as impressoras 3D convencionais utilizam filamentos poliméricos enrolados em carretéis, que podem custar cerca de R$ 120 o quilo, a Recicle 3D possibilita a utilização de pellets poliméricos, granulados plásticos que custam, em média, R$ 50 o quilo. Além disso, os testes incluem até o uso de pellets feitos a partir de tampinhas de refrigerante, a preços surpreendentes de R$ 2,50 o quilo.

“Consideramos que no Brasil somos pioneiros e referência nesta tecnologia”, enfatiza Caio Sottovia Gomide, orgulhoso da sua contribuição para o campo da impressão 3D.

No entanto, a jornada de Caio não tem sido isenta de desafios. A mudança de paradigma técnico exigiu a fabricação de inúmeros protótipos para validação e testes de funcionamento. Questões como angulações das roscas de extrusão, aquecimento necessário para a fusão do material e a própria estética do equipamento foram abordadas meticulosamente. Com dois anos de dedicação e investimento pessoal, a colaboração com a Fundect trouxe o apoio final necessário para impulsionar o produto em direção ao mercado.

Os horizontes da Recicle 3D são ainda mais amplos. Caio e sua equipe estão explorando possibilidades além do plástico tradicional. Já realizaram experimentos bem-sucedidos com chocolate e estão prontos para testar a impressão 3D com pastas alimentícias, visando a utilização em confeitarias. Até a impressão 3D de concreto para a construção de casas é uma ideia que está no horizonte.

No âmbito do Programa Centelha II, a Fundect está apoiando não apenas a Recicle 3D, mas um total de 50 startups sul-mato-grossenses, disponibilizando um montante de R$ 4,3 milhões para impulsionar a inovação tecnológica na economia de Mato Grosso do Sul.

Márcio de Araújo Pereira, diretor-presidente da Fundect, destaca a importância dessas iniciativas para uma economia mais verde e sustentável, afirmando que a Recicle 3D é um exemplo vívido de uma solução transformadora que impacta positivamente a sociedade.

Com uma mente jovem e inovadora como a de Caio Sottovia Gomide, o futuro da tecnologia de impressão 3D no Brasil parece mais promissor e sustentável do que nunca. O desafio lançado por ele não é apenas criar uma impressora 3D mais econômica, mas também repensar a própria forma como interagimos com a fabricação e o descarte de produtos, abrindo caminho para um mundo onde a criatividade e a sustentabilidade se unem.

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