Por Viviane Freitas | 22 novembro, 2023 - 9:52
O avanço do El Niño para o pico de sua atividade em dezembro traz preocupações dos cientistas sobre o agravamento dos extremos climáticos no Brasil. Prevê-se um aprofundamento da seca na Amazônia, aumento do calor no Centro-Oeste e Sudeste, e fortes chuvas no Sul. O Nordeste também está sob alerta devido à estiagem severa prevista para o início de 2024.
O alerta foi emitido durante o evento “Crise climática e desastres como consequência do El Niño 2023-2024” na Academia Brasileira de Ciências, no Rio, reunindo renomados climatologistas do país. José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Modelagem do Cemaden, enfatizou a gravidade da situação, destacando a falta de chuvas na Amazônia e atraso previsto no Nordeste.
O ano de 2023 está caminhando para ser o mais extremo climaticamente no Brasil, com ondas de calor no Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste, seca no Norte e chuvas intensas no Sul. Especialistas alertam que também será o mais quente dos últimos 125 mil anos, segundo a Organização Mundial de Meteorologia.
Regina Rodrigues, professora de oceanografia e clima da UFSC, ressalta que este é um dos El Niños mais intensos, com o Pacífico tropical mais quente, categorizando o fenômeno como intenso a muito intenso. A seca na Amazônia, que era esperada para o verão, começou no fim do inverno e deve agravar-se, atingindo o Nordeste no início de 2024.
A situação do solo extremamente ressecado no Norte e no semiárido do Nordeste acentua a gravidade da seca. Carlos Nobre, copresidente do Painel Científico para a Amazônia, alerta para o aumento da mortalidade de árvores e destaca a necessidade de retomar programas de mitigação para evitar graves problemas sociais. O número crescente de ondas de calor no Brasil, em comparação com estimativas anteriores, reforça a urgência das ações diante das mudanças climáticas.
21 novembro, 2024
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