População de Mato Grosso do Sul cresce e novos lares aumentam em 33,7%

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tornou públicos, no dia 21 de março de 2024, os resultados preliminares do Censo Demográfico 2022, proporcionando um panorama detalhado sobre a população e as condições de domicílios em todo o território nacional, com ênfase no Estado de Mato Grosso do Sul (MS). Este levantamento oferece dados cruciais para a elaboração de políticas públicas e a implementação de projetos por parte de gestores públicos e entidades civis, delineando o cenário demográfico e habitacional de maneira precisa e atualizada.

A análise dos dados para Mato Grosso do Sul revela um significativo aumento de 33,7% na malha de setores censitários, saltando de 4.207 em 2010 para 5.626 em 2022. Esse crescimento é reflexo da expansão territorial e do incremento no número de domicílios, tanto ocupados quanto vagos, indicando uma dinâmica de ocupação espacial acelerada ao longo dos últimos anos. Entre os achados mais notáveis está o presídio de Campo Grande, que se destaca como o setor censitário com a maior população, contabilizando 3.828 indivíduos, uma característica peculiar que sublinha a importância de olhar para todas as facetas da habitação e ocupação humana.

A densidade demográfica, uma medida que expressa a concentração de pessoas por área, alcançou seu ponto máximo no Presídio de Rio Brilhante, com uma impressionante marca de 105.122 pessoas por km². Esta cifra não apenas ilustra a situação extrema de confinamento, mas também serve como um indicador crítico para políticas de gestão penitenciária e urbana. Em contraste, o setor censitário localizado em Porto Murtinho, com apenas 17 moradores distribuídos por uma vasta área de 2.123,4 km², reflete a diversidade geográfica e demográfica do estado, evidenciando áreas de baixíssima densidade populacional.

O cenário em Campo Grande, a capital estadual, é complexo e variado. A Região Urbana do Anhanduizinho sobressai como a mais populosa, abrigando 218.585 habitantes, um reflexo do dinamismo urbano e do crescimento residencial. Por outro lado, a Região Urbana do Centro sofreu uma redução de 15% na sua população entre 2010 e 2022, uma tendência que suscita reflexões sobre as transformações no tecido urbano e as preferências residenciais da população. Em contrapartida, a Região Urbana Bandeira experimentou um crescimento expressivo de 21%, evidenciando os fluxos migratórios internos e as mudanças na distribuição populacional da cidade.

No interior do estado, Ponta Porã e Sidrolândia surgem como exemplos interessantes de diversidade demográfica. O setor Ypê, em Ponta Porã, destaca-se com uma população de 35.660 pessoas, enquanto Sidrolândia, com o distrito de Capão Seco, revela-se como o maior distrito não sede do município, com 7.028 habitantes. Estes números refletem a distribuição heterogênea da população no estado, apontando para a necessidade de políticas públicas adaptadas às realidades locais.

Além disso, a capacidade de análise visual e georreferenciada proporcionada pela divulgação do Censo 2022 abre novas possibilidades para a compreensão dos padrões de assentamento, uso do solo e planejamento urbano em Mato Grosso do Sul. A riqueza de detalhes disponibilizados pelo IBGE permite que gestores, pesquisadores e a sociedade em geral tenham acesso a um retrato fidedigno e multifacetado do estado, essencial para o desenvolvimento sustentável e inclusivo.