Por João Paulo Ferreira | 28 novembro, 2019 - 15:07
Prato de origem japonesa, o sobá ganhou gosto em terras pantaneiras. A combinação de macarrão, omelete, carne de porco, cebolinha e um caldo com temperos típicos foi trazida para Mato Grosso do Sul na década de 50 por Eiho Tomoyohe e, em 2006, virou patrimônio histórico e cultural de Campo Grande, por meio do decreto municipal n° 9.685, de 18 de julho de 2006 e foi tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
Tomoyohe e a esposa chegaram do Japão e escolheram a capital sul-mato-grossense para morar. Ele abriu um pequeno comércio que virou ponto de encontro dos descendentes de Okinawa. Como ele era representante de um jornal paulista, ali ia muita gente para comer, principalmente imigrantes de Okinawa.
Apesar de ser um prato típico japonês, Tomoyohe aprendeu a fazer o prato em São Paulo e começou a comercializar em 1950 no próprio bar. Uma década depois o sobá começou a ser distribuído na Feira Central, apenas para quem lá trabalhava. Foi aí que a receita começou a ganhar o gosto de quem frequentava o local.
Daí em diante, caiu no gosto dos campo-grandenses e virou sucesso. A “Feirona” sempre é o point mais conhecido para saborear um gostoso sobá, mas, existem sobarias espalhadas praticamente por toda a cidade. Poucos bairros não contam com uma.
A história do sobá caminhou com a “Feirona” de Campo Grande, fundada em 1925. No começo, eram barracas, montadas na calçada. Hoje, a Feira Central, denominada oficialmente Feira Central e Turística, ocupa a Esplanada Ferroviária, um amplo espaço coberto que reúne 200 lojas de artesanato regional e produtos hortifrutigranjeiros, onde o carro-chefe são os 28 restaurantes de sobá, que funcionam às quartas e nos finais de semana, madrugada a dentro.
O Festival do Sobá, que é realizado na Feira Central todos os anos em agosto, chega a movimentar 200 mil pessoas, e é animado com espetáculos de danças folclóricas de Okinawa a shows de música sertaneja com grandes estrelas do gênero.
Os restaurantes instalados na feira são capazes de servir 6.000 unidades de sobá por noite e que, para isso, foi feita a capacitação profissional dos cozinheiros e a normatização do preparo do macarrão, produzido por pequenas fábricas familiares.
O sobá é originalmente feito com macarrão de trigo sarraceno, mas em Campo Grande ele é feito com farinha branca, mais próxima do udon.
O soba possui um teor nutritivo superior ao do arroz e ao do próprio trigo, pois não sofre o processo de purificação. Rico em proteína, aminoácidos, vitamina B1 e B2, ele contém também um nutriente conhecido como rutina, que promove o fortalecimento das veias capilares, evitando a ocorrência de hemorragias internas, além de combater a pressão alta e diminuir a taxa de açúcar no sangue, ativando as funções do pâncreas.
21 novembro, 2024
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