Por Viviane Freitas | 14 outubro, 2021 - 15:03
Os brasileiros que precisaram substituir o botijão de 13 kg de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) para cozinhar na semana passada tiveram que desembolsar, em média, R$ 98,67, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
O valor corresponde a 8,97% do salário mínimo de R$ 1.100 e equivale ao maior percentual em comparação com o piso da remuneração oferecida aos trabalhadores desde o início de 2008, segundo informações compiladas pelo site Observatório Social da Petrobras.
Caso o reajuste de 7,2% no preço do gás de cozinha anunciado pela Petrobras nas refinarias seja repassado integralmente aos consumidores, o valor médio cobrado pelo botijão de 13 kg pode chegar a R$ 105,80 e se aproximar de 10% do salário mínimo, o que não ocorre desde março de 2006.
Os dados da ANP, no entanto, mostram que o valor cobrado pelo botijão já é encontrado por mais de 10% do salário mínimo em todas as regiões do Brasil. No Norte, Sul e Centro-Oeste, o preço máximo supera R$ 130 ou mais de 11% da remuneração mínima dos brasileiros.
100 litros de combustível custa 55% do salário
O levantamento do Observatório Social da Petrobras também compara o atual salário mínimo com a variação de outros combustíveis. Para a gasolina, a trajetória de alta iniciada em junho de 2020 foi mantida e o ato de abastecer 100 litros do combustível custa hoje mais de R$ 600, o equivalente a mais da metade (55%) do salário mínimo.
Já no caso do diesel e do etanol, que também seguem em alta nos últimos meses, um abastecimento de 100 litros custa, com ambos os combustíveis, 43% da remuneração mínima paga aos profissionais no Brasil, Já para os motoristas que usam o GNV (Gás Natural Veicular), o desembolso para cada 100m² representa 38% do mínimo.
A Petrobras afirma que as recentes altas refletem a elevação do preço do petróleo no mercado internacional, que foi afetado pela oferta limitada e o crescimento da demanda mundial pelo combustível, além da taxa de câmbio com a valorização do dólar ante o real.
“Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”, explicou a estatal na última semana.
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