Por João Paulo Ferreira | 2 outubro, 2019 - 14:44
“Acho que elas estavam precisando disso”. Foi assim que o fotógrafo da vida selvagem, André Bittar, de 27 anos, falou sobre o encantamento ao registrar 23 andorinhas tomando “banho de chuva” na manhã desta quarta-feira (2), em uma pousada localizada em Miranda, no Pantanal sul-mato-grossense. Ao todo, foram 72 cliques até ele chegar na imagem, em que os pássaros sobrevoam e aproveitam uma cerca para “se deliciar” com a chuva, a 2ª após um período de estiagem e combate a incêndios na região.
“Naquele momento algo mágico começou a acontecer. Parece que é um lance entre elas, uma brincadeira”, contou Bittar, que aguardou 50 minutos para fazer o clique. Na ocasião, ele diz que colocou uma toalha para não molhar a máquina fotográfica e observou o momento em que várias andorinhas chegaram na pousada, ago difícil de acontecer, segundo o profissional.
Com 8 anos de experiência na área, o fotógrafo conta que fica muito feliz ao presenciar uma transformação diária na natureza. “Acho que é uma foto que conta muito. Este é o meu primeiro ano com um trabalho autoral e pretendo ter um documentário registrando a vida selvagem no Pantanal, além de um livro com as minhas imagens. No caso desta fotografia, não é só estética, mas, uma imagem com informação para falar desse momento difícil que o Pantanal passou, com tantos focos de incêndio. Eu também vejo as flores pela manhã e, durante a tarde, o verde é ainda mais verde”, contou.
Bittar conta ainda que chegou na pousada há uma semana. O local é vizinho da fazenda Caimam, que teve 35 mil hectares destruídos por incêndios. “É a segunda chuva que presencio aqui depois daquela secura. Na primeira, foram 40 milímetros e agora a quantidade foi o suficiente para abastecer o Pantanal inteiro, em grande escala. Hoje, por exemplo, acho que vai chover o dia inteiro. Ela [chuva] veio para aliviar a seca e é incrível de ver a abundância aqui após a chuva”, disse.
Além das 50 andorinhas do campo como são conhecidas e que possuem o nome científico Progne Tapera, o fotógrafo ainda registrou outras espécies, mostrando animais como um tamanduá e araras, animal que inclusive está tatuado no corpo dele e o remete a memórias afetivas, algo que o fez até ganhar o apelido de “André Canindé” dos amigos.
“O casal de arara azul que eu registrei, por exemplo. Antes eu tinha um trabalho de imersão em Campo Grande mas, neste ano, decidi viver da fotografia autoral. Quando cheguei, sempre vi esse casal de araras rondando por aqui e parando na mesma palmeira. Foram colocados alguns ninhos artificiais para reprodução deles e sentei por ali. Fiquei aguardando meia hora enquanto elas estavam paparicando, se beijando e consegui. Essa foto foi uma surpresa”, ressaltou.
Com informações do site G1.
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