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Força-tarefa continua ativa no Pantanal para prevenir incêndios durante nova onda de calor

Equipes mantêm monitoramento e combate apesar de condições climáticas favoráveis no momento

Por João Paulo Ferreira | 15 julho, 2024 - 11:48

Caminhão do Corpo de Bombeiros molha uma das centenas de pontes de madeira no Pantanal, para evitar alastramento de incêndios – Foto: Álvaro Rezende

Mesmo com temperaturas mais baixas e umidade do ar mais elevada, a força-tarefa que combate os incêndios florestais no Pantanal permanece ativa. O alerta continua devido à previsão de retorno de forte calor e tempo seco nas próximas semanas, condições que favorecem a propagação do fogo.

O trabalho de rescaldo e prevenção está em andamento em várias áreas afetadas pelos incêndios de junho. Em Corumbá, o Sistema de Comando de Incidentes (SCI) informa que um foco de incêndio continua ativo na região do Tagiloma, onde equipes combatem o fogo e implementam medidas de controle e monitoramento.

Na região do Paraguai Mirim, o foco está em evitar a reignição dos incêndios, mantendo-os confinados nas áreas isoladas ao longo das margens do rio Paraguai. O solo pantaneiro, rico em materiais orgânicos inflamáveis como as turfas, facilita a propagação de incêndios subterrâneos, exigindo atenção contínua.

Aeronaves da Força Aérea e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) apoiam o monitoramento e controle. O objetivo é lidar com a queima lenta dentro das áreas já afetadas, onde troncos de árvores ainda estão acesos.

A Operação Pantanal 2024 conta atualmente com 95 bombeiros militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, além de 80 militares da Força Nacional de Segurança Pública, militares das Forças Armadas e 233 agentes do Ibama, ICMBio e brigadistas do PrevFogo. Este esforço coordenado resultou na redução significativa dos incêndios nas últimas semanas.

As condições climáticas em Corumbá são atualmente favoráveis, com temperaturas entre 11ºC e 23ºC e umidade em torno de 55%. No entanto, na próxima semana, espera-se que as temperaturas subam para até 34ºC e a umidade caia para entre 10% e 30%, aumentando o risco de incêndios.

O chefe de operações do SCI em Corumbá, coronel Claudiney da Silva Quintana, afirmou: “A nossa estimativa é que tenhamos mais uns três ou quatro dias ainda com o tempo nos ajudando com uma umidade alta”. Ele acrescentou: “As guarnições foram substituídas no início desta semana, após um longo trabalho de combate a incêndios. Fizemos os rescaldos que tinham que ser feitos e mantemos as 13 bases avançadas com o monitoramento e também as vistorias operacionais em solo, observando os aceiros, as cabeceiras de pontes e estamos aproveitando esse momento agora para a manutenção nos nossos equipamentos e veículos que sofreram com os combates intensos e exigiram muito de suas capacidades técnicas”.

Moradores locais, como a estudante de fisioterapia Juliany Fernandes, de 23 anos, relataram os transtornos causados pelas queimadas: “Não dava nem para respirar direito, com muita fumaça e fuligem dentro da casa. Com a ajuda do Corpo de Bombeiros e das outras forças federais que chegaram, melhorou bastante”. A comerciante Giovanna Soares também expressou seu alívio: “A queimada aqui em Corumbá começou mais cedo esse ano. A ajuda de fora foi importante. Muita fuligem e, chuva que é bom, nada. O tempo está muito seco em Corumbá. Com o combate diminuiu 90% das queimadas”.

No entanto, ambos reconhecem que a preocupação com os incêndios florestais retornará quando as temperaturas subirem e a umidade cair novamente. Por isso, é necessário estar preparado para o combate direto.

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