Por João Paulo Ferreira | 12 novembro, 2024 - 10:03
O Mato Grosso do Sul registra uma expansão acelerada na citricultura, liderada por investimentos de grandes grupos do setor de laranja. O Grupo Cutrale, gigante global da produção de suco de laranja, apresentou ao governador Eduardo Riedel a primeira fase de seu projeto de plantio no Estado, na Fazenda Aracoara, situada entre Sidrolândia e Campo Grande. A empresa iniciou o plantio em uma área de 5 mil hectares, com investimentos que devem alcançar até R$ 1 bilhão.
“Estamos aqui na fazenda da Cutrale onde estão sendo plantados os pomares de laranja, que vão chegar a quase 5 mil hectares. Um projeto audacioso, que alavanca uma nova atividade aqui no Mato Grosso do Sul. Na sequência disto certamente vamos avançar para industrialização no setor”, declarou o governador Riedel.
A iniciativa do Grupo Cutrale prevê a geração de empregos diretos e o desenvolvimento de infraestrutura regional. Atualmente, 200 trabalhadores estão empregados na operação, número que deve atingir 570 com o avanço das fases do projeto. A primeira fase do plantio, em uma área experimental de 120 hectares, já está em produção. A expectativa é que até abril de 2026 a área plantada chegue aos 4,8 mil hectares, com projeção de 8 milhões de caixas de laranja anuais quando o pomar atingir oito anos.
Outros produtores de laranja também estão investindo no Estado, diversificando a base produtiva e ampliando o chamado “cinturão citrícola” do Brasil para o Mato Grosso do Sul. Entre os novos projetos, o Grupo Agro Terena está plantando 1,2 mil hectares em Bataguassu, e o Grupo Junqueira Rodas iniciou o cultivo de laranjas em 1,5 mil hectares em Paranaíba. Na semana passada, o Grupo Moreira Sales anunciou um investimento de R$ 1,2 bilhão em uma área próxima a Ribas do Rio Pardo, com previsão de plantar 8 milhões de caixas e criar 1,2 mil empregos diretos e 2,4 mil indiretos.
O governo do Mato Grosso do Sul tem incentivado a expansão da citricultura com investimentos em infraestrutura e logística, além de atuar na criação de uma legislação fitossanitária rigorosa para evitar a proliferação de doenças, como a “greening”, que ameaça pomares de todo o mundo. “O Estado tem buscado a diversificação da sua base de produção. A citricultura apareceu como uma grande alternativa. Para isto, definimos uma legislação sanitária extremamente rígida, para que tenhamos uma produção saudável e conseguimos em curto espaço de tempo trazer 30 mil hectares já captados, em diferentes municípios”, afirmou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.
Para Verruck, o crescimento da citricultura já se reflete na economia estadual com a geração de empregos e investimentos de longo prazo. Ele projeta que, ao alcançar 50 mil hectares, será possível atrair indústrias de transformação para o setor. “Neste momento estamos conhecendo esta cultura, definindo uma capacitação técnica para que outros produtores também entrem nesta grande alternativa de produção”, destacou.
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