Por João Paulo Ferreira | 12 junho, 2024 - 18:05
Com focos de incêndios florestais ativos em Mato Grosso do Sul devido à longa estiagem, o Corpo de Bombeiros iniciou a fase de resposta para combater as chamas como parte da Operação Pantanal 2024. As ações abrangem os biomas do Estado – Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal.
“Iniciamos as ações de prevenção e preparação no dia 2 de abril. Hoje entramos na fase de resposta, temos equipes trabalhando exclusivamente no combate aos incêndios”, explicou a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, responsável pelo monitoramento e ações de combate aos incêndios florestais no Estado.
No Pantanal, as operações de controle do fogo se concentram em diferentes regiões. No Forte Coimbra, as atividades ocorrem há aproximadamente uma semana, com dificuldades devido aos fortes ventos e à vegetação densa que serve de combustível para as chamas.
A estratégia adotada foi o combate indireto do incêndio, com a criação de aceiros e monitoramento da linha do fogo. Em Paraguai Mirim, a equipe monitora áreas queimadas na propriedade Porto Laranjeira e retornou à região do Jatobazinho para lidar com a reignição do incêndio.
Na região do Porto da Manga, após reconhecimento no domingo (9), a guarnição identificou ontem (10) que o foco do incêndio se encontra em uma área sem possibilidades de acesso para combate direto, orientando a criação de linhas de defesa com maquinários. No Caimasul, os bombeiros monitoram focos ativos, mas controlados.
O doutor em Ciências e pesquisador da Embrapa Pantanal, em Corumbá, Carlos Padovani, explicou que desde 2018 o bioma enfrenta estiagens cada vez mais longas e adversas, resultantes das mudanças climáticas globais.
“O Pantanal tem ciclos de estiagem. Desde 2018, teve início um novo ciclo. Em 2023 houve mais chuvas, mas este ano será extremo em termos de seca, e a preocupação é que os níveis do rio Paraguai fiquem mais baixos do que em 2020 e 2021”, destacou Padovani.
As chuvas, já reduzidas desde o fim de 2023, devem ficar ainda mais escassas, intensificando a seca e aumentando o risco de incêndios florestais. “Estamos em um ano com grande potencial de queimadas. Tivemos 30% menos chuvas na bacia no período chuvoso. E agora, no período seco, os níveis dos rios estão muito baixos. O Rio Paraguai não chegou nem perto da média histórica de cheia. A vegetação está em déficit hídrico, e a massa produzida em 2023 servirá como combustível para as queimadas”, explicou Padovani.
Enquanto a questão climática é monitorada, os bombeiros atuam em diferentes áreas do Pantanal e do Estado. “O Governo de Mato Grosso do Sul identificou a necessidade de estabelecer mecanismos de prevenção ao combate a incêndios florestais”, afirmou o secretário da Semadesc, Jaime Verruck.
Foi necessária a capacitação de pessoas, ampliação do efetivo do Corpo de Bombeiros, inserção de tecnologia para identificar focos e punir ações criminosas. “Principalmente, adotamos uma política de educação ao produtor rural, ao ribeirinho e às comunidades tradicionais. Unindo tecnologia, investimentos, equipamentos, capacitação e comunicação, chegamos a um sistema de prevenção adequado”, completou Verruck.
25 novembro, 2024
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